BUENOS AIRES - A apreensão de um navio de guerra da Argentina em Gana, na África, a pedido de investidores que tiveram seus bonos da dívida do país caloteados em 2001 e que não aceitaram os termos da negociação proposta pelo governo argentino, levaram à queda do comandante da Marinha, almirante Carlos Alberto Paz.
Há 13 dias, a fragata Libertad, usada para treinamento da Marinha do país vizinho, está atracada no porto de Tema, a 7.366 quilômetros do porto de Buenos Aires, com 289 tripulantes argentinos, 23 marinheiros uruguaios e chilenos, e 13 convidados especiais. O custo para mantê-la nesta situação é de US$ 50 mil por dia para o governo Cristina Fernández de Kirchner, que enfrenta uma crise de falta de divisas.
A apreensão do navio provocou uma discussão dentro do governo. O ministro da Defesa, Arturo Puricelli, argumenta que a decisão foi tomada em comum acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto, onde o chanceler Héctor Timerman alega que foi a Defesa que organizou o itinerário.
Internamente, o ministro do Exterior acusaria o secretário de Comércio, Guillermo Moreno, que estaria interessado em promover a visita da presidente a Angola e melhorar as relações com a África. Moreno é o articulador das políticas protecionistas de controle das importações usadas para tentar manter o equilíbrio entre a entrada e a saída de dólares da Argentina, que ainda sofre as consequências do calote de 2001.
O novo comandante da Marinha argentina é o almirante Daniel Alberto Martín, que era o subcomandante de Paz, informa o jornal argentino Clarín.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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