Em discurso transmitido ao vivo para os Estados Unidos da base militar de Bagram, o presidente Barack Obama aproveitou o primeiro aniversário da morte de Ossama ben Laden para reafirmar suas credenciais de comandante em chefe num ano eleitoral. Ele garantiu que a derrota da rede terrorista Al Caeda está ao alcance e acenou com o fim das guerras da era Bush.
"Viajamos durante uma década sob a nuvem escura da guerra. Mas aqui, antes do amanhecer no Afeganistão, podemos ver a luz de um novo dia no horizonte", declarou Obama. "A Guerra do Iraque acabou. O número de nossos soldados em risco no exterior caiu pela metade, e mais estarão voltando para casa em breve. Temos um caminho claro para completar nossa missão no Afeganistão, enquanto fazemos justiça com Al Caeda."
O presidente americano disse que a derrota da rede terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 está ao alcance. Não é o que dizem diversas análises.
Um ano depois da morte de Ben Laden, Al Caeda está derrotada militarmente e dispersa. Sua capacidade de concentrar forças e cometer grandes atos terroristas está diminuída. Por outro lado, o número de tentativas de atentado pode se multiplicar.
Quanto ao Afeganistão, dez anos depois do início da guerra, o presidente dos EUA tem de fazer uma visita inesperada. Isso diz tudo. A luz do novo dia de Obama pode ser mais uma bomba dos talebã e seus aliados paquistaneses.
Obama se esforça para acabar com a "guerra contra o terrorismo" declarada por George W. Bush, mas não consegue. A promessa de campanha de fechar o centro de detenção ilegal instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba, está fora dos planos para este governo.
Menos de duas horas depois da saída de Obama, um ataque terrorista matou seis pessoas em Cabul, mostrando que a guerra está longe de acabar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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