A primeira pesquisa divulgada depois da convocação de novas eleições parlamentares para 17 de junho de 2012 na Grécia dá esperança de que os dois partidos tradicionais consigam juntos formar um governo majoritário. Assim, evitariam um colapso dos acordos com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, um calote das dívidas públicas e uma retirada da Zona do Euro potencialmente desastrosa para a economia mundial.
Havia um forte temor de vitória da aliança de extrema esquerda Syriza, a favor de continuar usando o euro como moeda, mas não de manter o rigoroso plano de ajuste das contas públicas repudiado pelo eleitorado. Seu líder, Alexis Tsipras, chegou a dizer que a Europa não retiraria a ajuda à Grécia porque, caso contrário, o país não pagaria suas dívidas.
Pela lei eleitoral grega, o partido vencedor ganha um bônus de 50 cadeiras no Parlamento para facilitar a formação de governos estáveis. Com a vitória da Syriza mais o bônus, mais uma vez o país ficaria num impasse, sem chance de organizar uma coligação de governo.
Na nova pesquisa, a Nova Democracia (centro-direita) lidera com 26,1% das preferências contra 23,7% da ultraesquerda. O Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok) ficaria em terceiro, em condições formar governo junto com a Nova Democracia, informa a agência de notícias Reuters.
A grande contradição na Grécia é que 75% da população são a favor de continuar fazendo parte da união monetária europeia, enquanto 70% são contra o plano de ajuste fiscal rigoroso, que inclui cortes de gastos públicos, salários e aposentadorias, além de aumentos de impostos.
Sob a crise, a Grécia está no quinto ano de recessão, com queda de 20% no produto interno bruto e desemprego recorde de 21,7% da população e de metade dos jovens, o que tornou o ajuste politicamente insustentável.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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