O partido de centro-direita Nova Democracia assumiu a liderança em quatro pesquisas sobre as eleições parlamentares de 17 de junho de 2012 na Grécia, realimentando a esperança de que os partidos tradicionais consigam formar um governo que apoie os acordos feitos com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para tomar empréstimos e honrar suas dívidas.
Em 6 de maio, com 70% dos votos contra os acordos, as eleições produziram um Parlamento fragmentado e radicalizado, com forte presença da extrema esquerda e da extrema direita. Isso não permitiu a formação de um governo, levou à convocação de novas eleições e aumentou o risco de que a Grécia não receba novas parcelas da ajuda internacional e seja obrigada a abandonar a união monetária europeia.
Agora, diante de enorme pressão do resto da Europa para que os gregos aceitem o rigoroso plano de ajuste fiscal, os conservadores ultrapassam a frente de esquerda Syriza, que é a favor do euro, mas quer romper os acordos, que considera "inaceitáveis".
A vantagem da Nova Democracia nas pesquisas divulgadas hoje varia de 1,3% a 5,7%. É importante que chegue em primeiro lugar. Pela lei grega, para facilitar a formação de governos estáveis, o partido vencedor ganha um bônus de 50 cadeiras no Parlamento.
Uma vitória da Syriza seria o sinal de saída da Zona do Euro.
O Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), que historicamente disputava o poder com a Nova Democracia, promete suavizar o remédio amargo em aliança com outros partidos de esquerda, animado pela vitória de François Hollande na eleição presidencial na França. Foi duramente criticado pela diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, ex-ministra das Finanças do governo conservador de Nicolas Sarkozy.
Lagarde criticou os gregos por "não pagarem impostos" e descartou a possibilidade de revisar os acordos. Chegou a dizer que tem mais pena das crianças da África.
Para o líder socialista e ex-ministro das Finanças grego Evangelos Venizelos, foi "um insulto".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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