A Alemanha sofre pressão para pagar a conta da crise das dívidas públicas da Zona do Euro por ter cometido o Holocausto, a tentativa de exterminar o povo judeu na Segunda Guerra Mundial. Esta tese controvertida é tema do livro A Europa não Precisa do Euro, lançado ontem pelo ex-diretor do Bundesbank (banco central), Thilo Sarrazin.
Político combativo do oposicionista Partido Social-Democrata (SPD), Sarrazin já criou polêmica ao criticar o impacto da imigração muçulmana sobre a sociedade alemã. Agora, volta ao ataque.
Na sua opinião, os alemães que apoiam a emissão de bônus de dívida pública pan-europeus "são levados por aquele reflexo muito alemão de que só poderemos saldar a dívida do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial quando pusermos todo o nosso dinheiro e nossos interesses em mãos europeias".
Para o líder dos Verdes e ex-ministro do Meio Ambiente Jürgen Trittin, "é lamentável que ele invoque o Holocausto para atrair o máximo de atenção para suas teorias sobre eurobônus".
"Sarrazin recorre mais uma vez às provocações costumeiras. Sua crítica ao euro é nacionalista e reacionária", reagiu o porta-voz do SPD para questões orçamentárias.
Já o líder da bancada parlamentar da União Democrata-Cristã, da primeira-ministra Angela Merkel, Volker Kauder, preferiu ignorar a crise das dívidas públicas: "Sarrazin está errado de novo. O euro é e vai continuar sendo um sucesso", reportou a revista alemã Der Spiegel.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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