Os resultados oficiais da primeira eleição presidencial competitiva em 6 mil anos de História do Egito só devem sair em 29 de maio, mas contagens paralelas indicam que o brigadeiro e ex-primeiro-ministro Ahmed Chafik deve enfrentar no segundo turno o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi.
Seria uma disputa eleitoral entre um representante do regime militar que governa o país desde a Revolução dos Coronéis, que derrubou a monarquia em 1952, sob a liderança de Gamal Abdel Nasser, e o mais antigo grupo fundamentalista muçulmano, que se tornou a principal força de oposição diante da falta de liberdade do antigo regime.
Dois dos quatro candidatos considerados favoritos no início da campanha - o ex-ministro do Exterior e ex-secretário-geral da Liga Árabe Amir Moussa e o islamita moderado Abdel Monaim Abul Foutouh - parecem ter perdido força na reta final, enquanto o nacionalista de esquerda Hamdim Sabahi surge como a grande surpresa não detectada pelas pesquisas e pode chegar ao segundo turno.
Até agora, Mursi teria 26% dos votos apurados contra 23% para Chafik e 20% para o surpreendente Sabahi, informa o jornal independente Al-Masri Al-Youm, citado pela agência de notícias AP (Associated Press).
Cerca da metade dos 50 milhões de eleitores inscritos votou no primeiro turno. Com a possível vantagem de um ex-governista e de um islamita, os milhares de jovens que tomaram as ruas para derrubar a ditadura de Hosni Mubarak sentem-se frustrados. Há vários movimentos de boicote ao segundo turno, a ser realizado em 16 e 17 de junho, que promete ser radicalizado, observa o jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Egito deve ter segundo turno radicalizado
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