O mundo vive hoje o melhor e o pior dos tempos, com uma prosperidade sem precedentes enquanto mais de 1 bilhão de pessoas vivem na miséria e a desigualdade entre ricos e pobres aumenta, concluiu o relatório do Painel de Alto Nível do Secretário-Geral das Nações Unidos sobre Sustentabilidade Global de 2012, lançado hoje no Rio de Janeiro, um mês antes da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
"A visão de longo prazo do Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global é erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade e fazer com que o crescimento seja inclusivo e a produção e o consumo sejam mais sustentáveis, ao combater a mudança climática e respeitar outros limites planetários", diz o documento, distribuído na íntegra e num resumo executivo preparado pela ONU.
Vinte anos depois do Relatório Brundtland sobre Nosso Futuro Comum, reconhece o painel, "o conceito de desenvolvimento sustentável ainda não foi incorporado no fluxo do debate nacional e internacional sobre política econômica... Entretanto, integrar questões ambientais e sociais às decisões econômicas é vital para o sucesso".
Na ocasião, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu o fortalecimento do Programa das Nações Unidos para o Meio Ambiente (Pnuma), contrariando a posição da União Europeia, que gostaria de transformá-lo numa agência permanente da ONU, com mais poderes.
É mais um sinal de que o Brasil mantém uma posição atrasada, retrógrada e defensiva nas negociações internacionais sobre meio ambiente, sempre temeroso de ser cobrado pela calamitosa e irresponsável destruição da Floresta Amazônica, nosso maior patrimônio natural, avalizada pela aprovação do novo Código Florestal, que só interessa à agricultura predatória e aos desmatadores.
Confira aqui a gravação da entrevista coletiva distribuída pela ONU.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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