Doze anos e meio depois da queda do sanguinário ditador Slobodan Milosevic, seus partidários ultranacionalistas retomaram o poder na Sérvia, levando a União Europeia a pedir moderação hoje ao presidente eleito, Tomislav Nikolic.
É mais um resultado da crise econômica, que está provocando um avanço dos partidos de extrema direita em todo o continente. O desemprego na Sérvia está em 24%.
"Esta eleição não era para decidir quem vai levar a Sérvia para a UE, mas, sim, quem vai resolver os problemas econômicos deixados pelo Partido Democrata", declarou o presidente eleito.
Depois de perder em 2004 e 2008, Nikolic venceu ontem por 49,4% a 47,4% no segundo turno o atual presidente, Boris Tadic, que mandou para o Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra na antiga Iugoslávia, em Haia, na Holanda, tanto o líder sérvio na Bósnia-Herzegovina, Radovan Karadzic, quanto o seu comandante militar, general Ratko Mladic. O primeiro-ministro que mandou Milosevic para o tribunal de Haia foi assassinado.
O vitorioso Partido Progressista da Sérvia é uma refundação do Partido Radical Sérvio, cujo líder, Vojislav Seselj, também está em Haia.
Ao cumprimentar o oponente, Tadic advertiu que "será um erro se a Sérvia mudar sua orientação [rumo à integração na Europa]. É uma questão de paz e desenvolvimento econômico".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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