quinta-feira, 17 de maio de 2012

Falta de diplomacia de Dilma preocupa Itamaraty

A falta de talento e disposição da presidente Dilma Rousseff para a diplomacia está deixando setores do Ministério das Relações Exteriores tensos e preocupados em relação à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a ser realizada no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho de 2012.

Com a crise econômica mundial, a possibilidade de avanços importantes na questão ambiental é praticamente nula. Os países em desenvolvimento, liderados pelos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) querem ênfase no desenvolvimento para não se comprometer com medidas capazes de comprometer seu crescimento econômico.

Por sua vez, os países ricos não querem fazer concessões que não sejam acompanhadas pelas grandes economias emergentes, que veem como concorrentes. Estão mais preocupados com a retomada do crescimento e a geração de empregos.

O Brasil pode aproveitar a oportunidade para fortalecer seus laços com os países em desenvolvimento. A maioria provavelmente se interessa por encontros bilaterais com a presidente brasileira. Isto inquieta o Itamaraty.

Um dos países emergentes da Ásia é o Vietnã, hoje o segundo produtor mundial de café, atrás apenas do Brasil. Tem mais de 90 milhões de habitantes. Desde 1986, faz uma reforma econômica no estilo da chinesa, chamada de Doi Moi (Renovação). Com o aumento de custos e salários na China, parte da produção industrial de mão de obra intensiva está se transferindo para outras economias asiáticas, principalmente Indonésia e Vietnã.

Como o Vietnã vive sob um regime comunista, o secretário-geral do partido, Nguyen Phu Trong, é um dos homens mais poderosos do país, membro da troika que manda de fato no país. Ele vinha ao Brasil. Tinha audiência marcada com a presidente, que, ao revisar sua agenda, decidiu não mais recebê-lo.

O secretário-geral do PC vietnamita simplesmente cancelou a visita ao Brasil.

Membro do comitê central do partido desde janeiro de 1994 e do Politburo desde dezembro de 1997, Trong foi secretário do partido em Hanói (2000-6), o que na prática o tornava prefeito da capital vietnamita, e presidente da Assembleia Nacional (2006-11).

Em 19 de janeiro do ano passado, foi eleito secretário-geral pelo 11º Congresso do Partido Comunista do Vietnã.

Se o governo brasileiro gosta tanto do regime comunista cubano, não tem razões para discriminar o vietnamita.

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