A moeda comum européia atingiu hoje sua cotação recorde diante do dólar americano desde que foi criada, em 1999, passando de US$ 1,40.
O dólar caiu à sua cotação mais baixa em 15 anos em relação a seis moedas.
Desde que tomou posse, em janeiro de 2001, o presidente George Walker Bush adota uma política de "negligência benigna", de deixar a moeda se desvalorizar na expectativa de que isto reduza o déficit comercial dos Estados Unidos, que está em torno de US$ 800 bilhões por ano. Só que os analistas dizem que isso simplesmente não basta.
Para equilibrar a balança comercial americana, o dólar precisaria cair, segundo alguns cálculos, em 80%, o que provocaria um verdadeiro colapso da economia dos EUA, com conseqüências desastrosas para a economia mundial.
Como os grandes credores da dívida pública do governo americano são países asiáticos, especialmente a China e o Japão, eles têm interesse em manter a estabilidade da moeda americana. Se venderem esses títulos em grande quantidade, desestabilizariam a economia dos EUA. Mas, em princípio, não têm interesse em complicar a vida do maior consumidor de seus produtos.
A China, que acumula reservas cambiais em moedas fortes superiores a US$ 1,2 trilhão, teve no ano passado um saldo de US$ 260 bilhões no comércio com os EUA. Ninguém quer perder um parceiro desses.
Por outro lado, a economia americana se beneficia da globalização. Como é a mais forte do mundo, não tem problemas para se financiar. A solução definitiva do problema exige que os EUA consumam menos e poupem mais. Mas quem vai dizer isso ao povo americano? Não são os candidatos à Casa Branca em 2008.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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