Depois de um tiroteio em Bagdá em que oito civis inocentes foram mortos no domingo, o governo do Iraque decretou a expulsão, nesta segunda-feira, da empresa de segurança americana Blackwater USA, descrita por um repórter investigativo como "o mais poderoso exército mercenário do mundo". A secretária de Estado, Condoleezza Rice, concordou em abrir inquérito sobre a atuação da companhia.
Os cerca de mil agentes que a Blackwater mantém no Iraque ganharam a fama de atirar primeiro e nem sequer se preocupar em fazer perguntas depois, enquanto protegiam funcionários, instalações e equipamentos de outras companhias e até do governo dos Estados Unidos no Iraque.
A Blackwater foi criada há 10 anos no estado da Carolina do Norte por Erik Prince, filho de multimilionário e ex-comando da tropa de elite da Marinha conhecida como SEAL (foca, em inglês). Segundo o jornalista americano James Scahill, que a considera "o mais poderoso exército mercenário do mundo", a empresa tem "mais de 2,3 mil soldados privados estacionados em nove países, inclusive nos EUA".
Esse verdadeiro exército privado, a face quase sempre oculta da privatização da guerra, chegou no Iraque no rastro da invasão americana. Foi contratado pelo procônsul americano, Lewis Paul Bremer, governador militar do país até a transferência de poder a um governo de iraquianos, em junho de 2004.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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