A rede terrorista Al Caeda ameaça matar os líderes sunitas do Iraque que "mancharam suas reputações" aliando-se às forças dos Estados Unidos. E um bloco xiita radical abandonou o governo de coalizão.
Os dois acontecimentos levantam mais dúvidas sobre o sucesso da estratégia americana de terceirizar a guerra e pressionar o governo iraquano a promover a reconciliação nacional.
Quem fez a ameaça foi o autoproclamado Estado Islâmico do Iraque, que assumiu a responsabilidade pelo atentado que matou na última quinta-feira o xeque Abdel Sattar Abu Richa. Em mensagem na Internet, o Estado Islâmico anunciou a formação de "comissões especiais de segurança" para localizar e "assassinar os líderes tribais, os traidores que mancharam suas reputações ao se submeterem aos soldados da Cruzada" e ao governo chefiado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
Em outra declaração, o suposto líder d'al Caeda, Abu Omar al-Baghdadi, declarou ter a "honra de anunciar" uma nova ofensiva no mês sagrado do Ramadã em homenagem a Abu Mussab al-Zarkawi, morto em 7 de junho de 2006 pelos EUA.
Por outro lado, o grupo ligado ao aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader retirou seu apoio ao governo Maliki por causa de um acordo com os curdos e a aliança com os Estados Unidos.
Agora, o governo Maliki, que chegou a ter uma maioria de 183 deputados na Assembléia Nacional do Iraque, de 275 cadeiras, fica em minoria, com o apoio de apenas 136 deputados. Isso complica ainda mais a reconciliação nacional.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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