O presidente Vladimir Putin seguiu ontem o exemplo de seu antecessor, Boris Yeltsin, indicando um político desconhecido, Viktor Zubkov, para primeiro-ministro, em substituição a Mikhail Fradkov.
Yeltsin fez o mesmo com Putin em 1999. Deu-lhe a condução da segunda guerra na Chechênia e renunciou no final do ano, entregando-lhe a presidência, o que facilitou a primeira vitória eleitoral de Putin, na eleição presidencial de março de 2000. Reeleito em 2004, ele não pode ser novamente candidato, a não ser em caso de reforma constitucional. Mas quer manter a tradição russa de que o Kremlin indica o novo líder.
Putin era diretor do Birô Federal de Segurança, sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da União Soviética. Zubkov sai do Serviço Federal de Controle de Atividades Financeiras, o que por si só representa uma ameaça aos oligarcas ou "barões ladrões" que fizeram fortuna com as privatizações da transição do comunismo para o capitalismo.
Moscou é hoje a cidade com mais milionários do mundo, fora os que fugiram do país temendo o autoritarismo de Putin, como Boris Berezovski, acusado de usar a MSI e o Corinthians para lavar dinheiro.
Com um burocrata cinzento como Zubkov como candidato em potencial, a imprensa alemã especula se Putin não estaria armando um esquema para conquistar um terceiro mandato. Energia não falta a esse ex-agente secreto elativamente jovem e atlético.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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