O comandante militar britânico durante a Guerra do Iraque, general Michael Jackson, responsabilizou a estratégia dos Estados Unidos pelo fracasso da ocupação, culpando o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld. As mais duras críticas já feitas por uma alta autoridade britânica à atuação dos EUA no Iraque fazem parte de uma biografia do general que está sendo publicada pelo jornal conservador The Daily Telegraph.
Rumsfeld "se negou a enviar forças suficientes para manter a segurança pública depois do desmoronamento do regime de Saddam Hussein e descartou planos detalhados para a administração do Iraque depois do conflito que tinham sido elaboradoos pelo Departamento de Estado", declarou Jackson, que deixou o comando do Estado-Maior das Forças Armadas do Reino Unido em 2006.
"Todo o planejamento do Departamento de Estado foi jogado fora", afirmou o general, considerando uma "questão de fé ideológica" a expectativa de Rumsfeld e de seus aliados neoconservadores de que "os soldados da coalizão seriam aceitos como uma força de libertação".
Ele chamou de "míope" a decisão de dissolver as Forças Armadas e a Polícia do Iraque: "Deveríamos ter mantido as forças de segurança do Iraque e colocado-as sob comando da coalizão."
Michael Jackson, que prefere ser chamado de Mike para não ser confundido com o cantor pop americano, peitou o general americano Wesley Clark, comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), no final da Guerra do Kossovo, em 1999.
Quando os sérvios se renderam, depois de 72 dias de bombardeios aéreos da OTAN, Clark segurou as tropas britânicas para que os americanos fossem os primeiros a entrar na capital da província do Kossovo. Mas os russos foram mais rápidos e tomaram o aeroporto de Pristina.
Ao se dar conta de seu erro, Clark ligou para Jackson, ordenando-o que tomasse o aeroporto, O comandante britânico, que tem fama de ser muito chegado a um uísque, foi seco: "General, não vou começar a Terceira Guerra Mundial só por que você quer."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário