O presidente George Walker Bush aprovou a intensificação de um programa de ajuda econômica a regiões e grupos sunitas do Iraque que deixaram a insurgência para se aliar aos Estados Unidos na luta contra grupos terroristas islamitas como a rede Al Caeda, revela hoje The New York Times, o mais influente jornal americano.
A decisão foi tomada sexta-feira numa reunião no Pentágono, sede do Departamento da Defesa, com a presença de Bush, do vice-presidente Dick Cheney, do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA e do alto comando militar americano no Iraque. O alvo principal é a província de Anbar, um refúgio rebelde onde al Caeda na Mesopotâmia chegou a proclamar a fundação do Estado Islâmico do Iraque.
Bush ouviu uma exposição do general David Petraeus, comandante dos EUA no Iraque, antecipando os principais pontos do relatório que o general deverá apresentar ao Congresso daqui a nove dias, avaliando a nova estratégia anunciada pelo presidente em janeiro, quando Bush propõs um aumento do número de tropas para tentar garantir a segurança em Bagdá e no entorno da capital iraniana. A idéia era criar uma zona de segurança e depois expandi-la a outras regiões do Iraque.
Mas o foco da discussão logo mudou para um problema negligenciado pelo governo Bush no começo da ocupação: assegurar os árabes sunitas, o grupo étnico ligado à ditadura de Saddam Hussein, de que eles terão poder e receberão recursos no novo Iraque, onde o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki é acusado de querer acertar contas do passado.
Os EUA teriam estudado a possibilidade de antecipar as eleições regionais nas províncias de maioria sunita para fortalecer sua base política. Mas esse direito cabe ao Parlamento. Os americanos também estudam maneira de pressionar o governo a liberar milhões de dólares da renda do petróleo para a reconstrução de escolas, centros de saúde e fábricas estatais.
"Tudo gira em torno de encontrar caminhos para não passar por Maliki", contou um alto funcionário que elabora a nova estratégia americana a ser anunciada por Petraeus.
Leia a íntegra da reportagem de David Sanger, um dos principais correspondentes de guerra no New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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