sábado, 28 de fevereiro de 2015

China corta juros para estimular economia em desaceleração

Em mais uma medida para evitar uma aterrissagem forçada da economia que mais cresceu no mundo nos últimos 35 anos, o Banco Popular da China anunciou hoje um corte de 0,25 ponto percentual na taxa cobrada dos bancos para empréstimos de um ano, que ficou em 5,35%, informou o jornal The New York Times.

Foi o segundo corte na taxa básica de juros do banco central chinês num delicado momento de transição.

A China é a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com produto interno bruto de cerca de US$ 9 trilhões. Pelo critério de paridade do poder de compra adotado pelo Banco Mundial, ultrapassou os EUA em 2014 depois de crescer acima de 10% durante muito tempo.

No ano passado, o crescimento chinês recuou para 7,4%, a menor taxa em 24 anos. Sob o impacto da crise internacional, o governo tenta reorientar a economia para o consumo interno. Em janeiro, a inflação caiu para 0,8% ao ano, a menor taxa desde o fim de 2009, acenando com a ameaça de deflação. É um problema que o vizinho Japão enfrenta há duas décadas, o que ajudou a China a superá-lo.

"A atividade econômica se desacelerou ainda mais nos últimos meses na China, principalmente por causa do mercado imobiliário", observou o economista Wang Tao, do banco suíço UBS. "A demanda doméstica fraca foi agravada pelo excesso de capacidade em muitos setores, junto com um forte declínio nos preços do petróleo e de outros produtos primários. Tendo em vista tudo isso, a política de afrouxo monetário [queda de juros] deve ser mais agressiva."

Em novembro de 2014, pela primeira vez em dois anos, o governo reduziu as taxas básicas de juros. Em fevereiro de 2015, reduziu o depósito compulsório que os bancos são obrigados a fazer no banco central para garantia de suas reservas. Essa é outra maneira de aumentar o dinheiro disponível para empréstimos.

Ao cortar novamente as taxas de juros, o governo da China mostra claramente a intenção de reduzir os custos financeiros para empresas endividadas, tomadores de empréstimos em geral e especialmente os compradores de casa própria.

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