quarta-feira, 29 de março de 2006

Estudantes e sindicalistas marcam nova jornada de greve a manifestações na França

Um dia depois de protestos que reuniram de 1 a 3 milhões de pessoas em toda a França, as 12 organizações estudantis e sindicais que lideram o movimento contra a lei do primeiro emprego marcaram nova jornada de greves e manifestações para 4 de abril.

A pressão sobre o governo conservador do primeiro-ministro Dominique de Villepin vai se tornando irresistível. A maioria dos franceses não só apóia os protestos como entende que o presidente Jacques Chirac deveria se envolver mais na solução da crise. Sua assessoria anunciou que ele pretende se manifestar nos próximos dias. Até agora, Chirac apóia o primeiro-ministro.

Villepin propôs a lei do primeiro emprego, que permite demissão sem justa causa nos dois primeiros anos de contrato, depois da rebelião dos jovens de origem estrangeira na periferia de Paris em outubro e novembro.

O índice de desemprego na França é de 9,7% mas chega a 23% entre os jovens e a 40% entre os jovens imigrantes ou de origem estrangeira.

Villepin pretendia ao menos atenuar o problema facilitando contratações e demissões. Mas estudantes e sindicalistas vêem na medida um primeiro passo para acabar com direitos e garantias sociais, e impor um modelo socioeconômico anglo-saxão e liberal.

Como o projeto já foi aprovado pela Assembléia Nacional, qualquer recuo será considerando humilhante para Villepin, que gostaria de concorrer à Presidência da França em 2007. Diante de sua negativa em revogar a lei, estudantes e sindicalistas exigem agora a demissão do governo. Ao que tudo indica, não aceitarão nada menos do que a queda de Villepin.

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