quinta-feira, 31 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 31 de Março

REIS CATÓLICOS EXPULSAM JUDEUS

    Em 1492, depois de libertar a Espanha, em 2 de janeiro, de quase 800 anos de invasão muçulmana, os reis católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, baixam o Decreto de Alhambra, expulsando todos os judeus do reino.

Por mais de um século antes do Decreto de Alhambra, há massacres e atos de violência individual contra judeus e leis antissemitas na Espanha católica. Muitos judeus se convertem ao cristianismo. São os cristãos novos. A conversão e as mortes reduzem a população judaica.

Em 1478, Fernando e Isabel introduzem a Inquisição, sob o pretexto de livrar a Espanha dos hereges. Além de forçar as conversões, a Igreja persegue quem continua praticando o judaísmo em segredo com grande violência.

A pedido do grande inquisidor, Tomás de Torquemada, o mais notório torturador e assassino do Santo Ofício, depois de anos de pressão, os monarcas decidem expulsar os judeus da Espanha e dão prazo até o fim de julho para que saiam do país.

Muitos se convertem. Pelo menos 40 mil fogem da Espanha. Algumas estimativas falam em centenas de milhares. Muitos pagam passagens de navio e são jogados no mar por capitães espanhóis.

O Império Otomano recebe os judeus da Espanha, mas outros países da Europa os tratam com a mesma crueldade dos espanhóis. Muitos foram para Portugal, onde o rei Dom João II cobra dois escudo de cada imigrante. 

Um novo rei, Dom Manuel I, ascende ao trono em 1495 e se casa com a princesa Isabel de Castela, filha dos reis católicos, que exigem a expulsão de todos os hereges (muçulmanos e judeus). Em 5 de dezembro de 1496, o rei expulsa os judeus e dá prazo até 31 de outubro de 1497 para que deixem Portugal.

Como precisa do capital e do conhecimento técnico dos judeus, quase todos alfabetizados e com conhecimento de matemática, Dom Manuel tenta promover uma conversão em massa, mas a maioria dos judeus decide sair do país.

O rei fecha todos os portos, menos Lisboa, onde se concentram 20 mil judeus à espera de um navio. Dom Manuel manda sequestrar todas as crianças judias de menos de 14 anos para serem educadas por famílias cristãs.

Quando o prazo se esgota, os judeus que ficam são arrastados por multidões insufladas por fanáticos religiosos até pias batismais.

Destes batismos forçados, surgem os marranos ou criptojudeus, que praticavam o judaísmo clandestinamente e em público professavam a fé católica. Os cristãos novos nunca foram bem aceitos.

Em 1506, durante um surto da peste bubônica, há o Pogrom de Lisboa, um massacre de judeus com mais de 2 mil mortes, seguido de nova fuga em massa, principalmente para a Holanda e a Alemanha, e também para o Sul da França, a Inglaterra e o Oriente Médio.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 30 de Março

DERROTA DE NAPOLEÃO

    Em 1814, as forças europeias aliadas (Áustria, Rússia, Prússia, Suécia, Reino Unido, Espanha e Portugal) contra o imperador Napoleão Bonaparte, um dos maiores generais de todos os tempos, invadem Paris, acabando com uma década de domínio da França sobre o continente.

Napoleão Bonaparte é eleito primeiro cônsul da França aos 20 anos, em 12 de dezembro de 1799, acaba com a Revolução Francesa e assume o controle do Estado em 1800. Em 2 de dezembro de 1804, obriga o papa Pio VII a coroá-lo imperador.

Em 1807, Napoleão comanda um império que se estende por quase toda a Europa, invade Portugal e a família real portuguesa foge para o Brasil. Toma a Espanha no ano seguinte.

Seu grande erro é a desastrosa invasão da Rússia, em 1812, onde sofre as primeiras derrotas importantes. O Duque de Wellington liberta a Espanha e, em 1814, Napoleão sofre uma derrota total. Seus inimigos entram em Paris.

Napoleão abdica em 11 de maio de 1814 e vai para o exílio na Ilha de Elba. Em 28 de fevereiro de 1815, ele foge com 700 homens, retoma o poder na França, em 20 de março, e governa por 100 dias até a derrota final na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho do mesmo ano.

Preso e exilado, morre seis anos depois, em 5 de maio de 1821, na Ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico.

terça-feira, 29 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 29 de Março

EUA SE RETIRAM DO VIETNÃ

    Em 1973, dois meses depois de assinar um acordo de paz com o Vietnã do Norte,  o Vietnã do Sul e os guerrilheiros do Viet Cong, os Estados Unidos retiram suas últimas forças de combate do Vietnã do Sul, pondo fim a uma intervenção militar de oito anos em que morreram 58.220 norte-americanos.

Depois de mais de uma década de ajuda militar indireta, em 1961, o presidente John Kennedy envia um grande número de assessores militares para ajudar a ditadura corrupta do Vietnã do Sul na guerra contra o Vietnã do Norte, comunista.

Três anos depois, o presidente Lyndon Johnson manda bombardear o Norte e forja o Incidente do Golfo de Tonquim para obter autorização do Congresso para declarar guerra ao regime norte-vietnamita.

Diante da ofensiva do Norte e dos guerrilheiros aliados do Viet Cong, Johnson aumenta gradualmente a presença militar dos EUA, que chega a mais de 300 mil soldados.

O grande número de baixas, os crimes de guerra como o Massacre de My Lai e a Ofensiva de Tet, no Ano Novo Lunar chinês em 1968 mostram que a vitória será penosa. Nos EUA, a opinião pública se volta contra a guerra . 

Em março de 1968, Johnson desiste de concorrer à reeleição, vencida pelo republicano e oposicionista Richard Nixon com a promessa de acabar com a participação norte-americana na Guerra do Vietnã (1955-75). 

Na primavera de 1969, o total de soldados dos EUA na guerra chega a 550 mil. Nixon amplia e intensifica os bombardeios aéreos, atacando os vizinhos Laos e Camboja.

Em 27 de janeiro de 1973, é assinado em Paris o Acordo para Acabar com a Guerra e Restaurar a Paz no Vietnã. A guerra só acaba em 30 de abril de 1975, quando as forças do Norte tomam a capital do Vietnã do Sul, Saigon, rebatizada como Cidade de Ho Chi Minh, o comunista que liderou a luta pela independência do país. Cerca de 2 milhões de vietnamitas morreram na guerra.

Ao aceitar a rendição do Sul, o coronel nortista Bui Tin declarou: "Vocês não têm nada a temer. Entre os vietnamitas, não há vencedores nem vencidos. Só os americanos foram derrotados."

Mais de 130 mil sul-vietnamitas que trabalhavam para o regime depois e a intervenção norte-americana saem do país. De 1975 a 1995, 800 mil vietnamitas fogem de barco e conseguem chegar a outro país em segurança, mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados estima que entre 200 e 400 mil pessoas do povo dos barcos, como são chamados, morreram no mar.

Biden declara que Putin não tem mais autoridade moral para governar

 A Casa Branca e o Departamento de Estado logo desmentiram a tentativa de mudança de regime, mas o discurso do presidente Joe Biden na sexta-feira em Varsóvia, na Polônia, foi claro ao deplorar a guerra deflagrada pelo ditador da Rússia, Vladimir Putin, na Ucrânia: "Pelo amor de Deus, este homem não pode continuar no poder."

Na segunda-feira, Biden explicou que falava por "indignação moral", mas não recuou que sua manifestação contra a permanência de Putin no poder no Kremlin. O presidente da França, Emmanuel Macron, que fala hoje com o ditador russo, se distanciou do discurso do presidente norte-americano.

Com a ofensiva estagnada e o controle parcial de 20% da Ucrânia, a Rússia já disparou mais de 1,3 mil mísseis, numa política de terra arrasada que a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional comparou à guerra civil da Síria, onde 380 mil pessoas morreram em 10 anos.

Depois de duas semanas, as negociações de paz estão sendo retomadas hoje, em Istambul, na Turquia, mas há pouca esperança de se chegar a um cessar-fogo para permitir ajuda humanitária, que dirá uma trégua definitiva nas hostilidades. Meu comentário:

segunda-feira, 28 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 28 de Março

ACIDENTE NUCLEAR NOS EUA

    Em 1979, às 4h da madrugada, a válvula de pressão do reator da Unidade 2 da usina nuclear de Three Mile Island não fechou direito e a água de resfriamento do sistema, contaminada pela radiação, vazou para prédios próximos enquanto o núcleo do reator superaquecia perigosamente, no pior acidente nuclear da história dos Estados Unidos.

A usina de Three Mile Island é construída em 1974 numa barra do Rio Susquehanna, a 16 quilômetros de Harrisburg, a capital do estado da Pensilvânia. Em 1978, é inaugurado o reator nº 2, apresentado como capaz de gerar energia a preços razoáveis para o consumidor durante a primeira crise do petróleo.

Quando o sistema de arrefecimento começa a vazar, na madrugada do acidente, bombas de água para resfriamento de emergência passam a funcionar automaticamente. São capazes de resolver o problema. Mas, além da falha mecânica da válvula, há o erro humano.

Na confusão, os operadores do reator desligaram o sistema d'água de emergência. O reator também é desligado, mas o calor residual da fissão nuclear continua sendo liberado.

De manhã, a temperatura do núcleo do reator chega a 4 mil graus centígrados. Com 5 mil graus, o núcleo do reator derrete e entra terra adentro contaminando toda a região.

Enquanto os operadores tentam entender o que está acontecendo, a água contaminada que escapa pela válvula danificada libera gases radioativos dentro da usina.

Pouco depois das 8h, a notícia se espalha pelo mundo. A empresa dona da usina, Metropolitan Edison, tenta minimizar o problema. Alega que não há aumento da radiação nos arredores da usinas, mas no mesmo dia inspetores constatam um nível maior de radiação. O governador da Pensilvânia, Dick Thornburgh, cogita evacuar a região.

Por volta das 20h, os engenheiros responsáveis percebem que precisam religar as bombas de água do sistema de resfriamento do reator. A temperatura começou a cair e a pressão interna no reator baixou.

Faltava menos de uma hora para fusão total. Mais da metade do núcleo do reator está destruída ou fundida, mas a proteção está intacta. A situação parece controlada. 

domingo, 27 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 27 de Março

MARLON BRANDO REJEITA OSCAR

    Em 1973, o ator Marlon Brando recusa o prêmio de melhor ator da Academia de Ciências e Artes do Cinema pelo trabalho em O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, hoje considerado um clássico.

A atriz indígena Sacheen Littlefeather representa Marlon Brando na cerimônia e declara que "lamentavelmente" ele não pode aceitar o prêmio por causa da maneira como Hollywood trata os índios nos filmes.

O apresentador Roger Moore tenta entregar a estatueta. Ela recusa e lê a declaração do ator acusando a indústria cinematográfica de "degradar os índios, ridicularizando seu caráter e os descrevendo como selvagem, hostil e mau."

Brando recebe a primeira indicação para o Oscar pelo desempenho em Um Bonde Chamado Desejo (1951), peça de Tennessee Williams que encenara no teatro em 1947. Também é indicado por Viva Zapata! (1952) e Júlio César (1953). Ganha seu primeiro prêmio por Sindicato dos Ladrões (1954).

Temperamental e genioso, depois de fracassos caros como Motim no Bounty (1962), Brando tem problemas nos sets de filmagem e na vida real. Coppola resgata sua carreira ao lhe oferecer o papel de Don Vito Corleone.

O ator faz outro personagem épico de Coppola, o Coronel Kurtz de Apocalypse Now (1979).

sábado, 26 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 26 de Março

 VACINA CONTRA PÓLIO

    Em 1953, o médico norte-americano Jonas Salk anuncia que testou com sucesso uma vacina contra a poliomielite, doença causadora da paralisia infantil.

No ano anterior, uma epidemia de pólio atinge 58 mil pessoas e causa 3 mil mortes nos Estados Unidos.

O primeiro grande surto de poliomielite nos EUA é registrado no estado de Vermont, em 1894. No início do século 20, há milhares de casos por ano, principalmente em crianças, mas também em adultos.

O futuro presidente Franklin Delano Roosevelt teve pólio aos 39 anos, em 1921, e ficou parcialmente paralítico.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 25 de Março

MERCADO COMUM EUROPEU

    Em 1957, a Alemanha, a Bélgica, a França, a Holanda, a Itália e Luxemburgo assinam o Tratado de Roma e criam a Comunidade Econômica Europeia (CEE), uma iniciativa para promover a paz e o desenvolvimento na Europa depois de duas guerras mundiais. 

quinta-feira, 24 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 24 de Março

 PETRÓLEO NO MAR DO ALASCA

    Em 1989, o navio-tanque Exxon Valdez, da companhia petrolífera Exxon, bate num recife na Enseada Príncipe William, no sul do estado do Alasca, e derrama 41,6 milhões de litros de petróleo no mar, no pior acidente da indústria petrolífera na história dos Estados Unidos.

As tentativas de conter o vazamento são inúteis. O petróleo bruto se espalha até uma distância de 160 quilômetros, poluindo mais de 1,1 mil km de costa e matando milhares de aves e mamíferos.

Mais tarde, sabe-se que o capitão Joseph Hazelwood estava bebendo na hora do acidente e mandou um marinheiro sem qualificação pilotar o petroleiro. 

Em março de 1990, ele é condenado por contravenção penal a mil horas de trabalho comunitário e multa de US$ 50 mil. A pena é anulada em julho de 1992 com base numa lei federal que livra de processo quem relatar um vazamento de petróleo.

O Serviço Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA impôs à Exxon uma multa de US$ 100 milhões e US$ 1 bilhão a serem pagos em 10 anos para despoluir o meio ambiente. A Exxon e o estado do Alasca rejeitaram o acordo e a questão é encerrada com o pagamento pela empresa de apenas US$ 25 milhões.

GUERRA DO KOSSOVO

    Em 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) inicia uma campanha de bombardeios aéreos de 78 contra a Iugoslávia, reduzida a Sérvia e Montenegro, e a posições militares sérvias que perseguiam a maioria de origem albanesa na província do Kossovo.

A região ocupa um lugar especial da história da Sérvia. Na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, o Império Otomano derrota o rei Lazar e conquista a Sérvia, que só recupera a independência em 1867. Quando retoma o Kossovo, em 1913, a província é povoada por albaneses.

Em 1974, o ditador da Iugoslávia, Josip Broz Tito, deu autonomia ao Kossovo dentro da Sérvia. Com a morte de Tito, em 1980, e o declínio da ideologia comunista, em 1987, Slobodan Milosevic é eleito líder da Liga Comunista da Sérvia com a promessa de restaurar o controle sobre o Kossovo.

Eleito presidente da Sérvia em 1989, Milosevic acaba com a autonomia do Kossovo em 1990. Com o renascimento do nacionalismo sérvio, a Croácia e a Eslovênia declaram independência em 1991. O Exército Federal da Iugoslávia intervém. A guerra da Eslovênia acaba logo, mas a da Croácia se arrasta por anos.

Em 1992, a independência da Bósnia-Herzegovina deflagra a pior das guerras que dividiram a Iugoslávia, que durou mais de três anos e matou mais de 100 mil pessoas. A Iugoslávia fica reduzida a Sérvia e Montenegro..

O Exército de Libertação do Kossovo nasce em 1996 para lutar contra a dominação sérvia. Chegou a controlar a metade da província quando a Sérvia reagiu e iniciou uma campanha de purificação étnica que levou à intervenção da OTAN, que não perdeu nenhum soldado em combate durante a campanha aérea.

Milosevic caiu em outubro de 2000 numa revolta popular na Sérvia. É preso e entregue ao Tribunal Penal Internacional para Crimes de Guerra na Antiga Iugoslávia. Morre em 11 de março de 2006, antes do fim do processo em que era acusados de mais de 60 crimes de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Rússia não consegue tomar Ucrânia em um mês de guerra

 Era para ser uma guerra-relâmpago. Uma ação de comandos de elite tomaria Kiev, o presidente fugiria e a fila de caminhões e tanques logo atrás seria uma força de ocupação que não enfrentaria grande resistência. 

O ditador Vladimir Putin subestimou a resistência da Ucrânia e as sanções internacionais, a superestimou o fraco desempenho das Forças Armadas da Rússia.

Enquanto cidades ucranianas são arrasadas, quase um quarto da população do país fugiu de casa e a Rússia não avança, nem as negociações de paz, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, reconhece que os objetivos não foram alcançados e admite o uso de armas nucleares em caso de "ameaça existencial".

O presidente Joe Biden chegou hoje à Europa para três reuniões de cúpula, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da União Europeia e do Grupo dos Sete, que reúne maiores potênciais industriais democráticas (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá). 

Os Estados Unidos e aliados devem anunciar reforços para os países que têm fronteira com a Rússia, novas sanções e mais ajuda militar para a Ucrânia.

A OTAN estimou em 40 mil o total de baixas russas num mês de guerra entre soldados mortos, feridos, presos e desaparecidos. As mortes estariam entre 7 a 15 mil. Esta é a guerra de maior intensidade da Rússia desde 1945. Meu comentário:

quarta-feira, 23 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 23 de Março

GUERRA NAS ESTRELAS
    Em 1983, durante a Guerra Fria, o presidente Ronald Reagan anuncia que os Estados Unidos vão desenvolver a Iniciativa de Defesa Estratégica, um programa de tecnologia antimísseis para proteger o país de ataques de mísseis nucleares.

O projeto é logo chamado de Guerra nas Estrelas, referência à série de filmes de grande sucesso. A União Soviética, que não consegue competir com os EUA em tecnologia da informação. protesta.

A iniciativa viola o Tratado de Mísseis Antibalístivos (ABM), de 1972, que proibia o desenvolvimento e a instalação de sistemas de defesa antimísseis, também conhecido como "destruição mutuamente assegurada" (MAD, que significa louco em inglês), o que garantia o equilíbrio do terror nuclear na Guerra Fria.

Aumenta a pressão sobre a URSS, o que levaria a negociações de desarmamento e controle de armas depois da ascensão do reformista Mikhail Gorbachev à liderança do Partido Comunista, em 11 de março de 1985, e ao fim da Guerra Fria.

terça-feira, 22 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 22 de Março

LEI DO SELO

    Em 1765, o Parlamento Britânico aprova uma lei para recuperar as finanças do Reino Unido, pagar as dívidas e defender os territórios tomados da França na Guerra dos Sete Anos (1756-63).

A Lei do Selo criava um imposto direto sobre todos os materiais impressos para uso legal ou comercial nas colônias britânicas na América do Norte, de jornais e panfletos a cartas de jogar.

Os colonos já pagam tarifas mais altas para importar têxteis, vinho, café e açúcar, por força da Lei do Açúcar (1764). A Lei da Moeda (1764) causa forte queda no valor do papel moeda usado nas colônias. A Lei do Aquartelamento (1765) obriga os colonos a dar casa e comida aos soldados britânicos em caso de necessidade.

Como haviam pago um preço alto em vidas e recursos durante a guerra, os colonos estão convencidos que já deram sua cota de sacrifício ao Império Britânico. Articulam o movimento "Não à taxação sem representação." Não tinham direito de voto no Parlamento de Westminster.

Em outubro de 1765, nove das 13 colônias mandam delegados para o Congresso da Lei do Selo, que produz a Declaração de Direitos e Reclamações. Sob pressão, o governo revogou a lei no ano seguinte. Mas a semente da rebeldia e da liberdade estava plantada. Em 4 de julho de 1776, os EUA declararam a independência.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 21 de Março

MASSACRE DE SHARPEVILLE

    Em 1960, a polícia do regime segregacionista do apartheid abre fogo de submetralhadoras contra uma manifestação pacífica da maioria negra contra restrições ao direito de viajar dentro do país, mata 69 pessoas e deixa outras 180 feridas, na favela de Sharpeville, perto de Joanesburgo, a maior e mais rica cidade da África do Sul.

O Massacre de Sharpeville deflagra uma onda de protestos. Mais de 10 mil pessoas são presas pela ditadura da minoria branca para restaurar a ordem.

Diante da matança, o Congresso Nacional Africano (CNA) abandona a luta pacífica e adere à luta armada contra o apartheid. Nelson Mandela, que era influenciado pelas ideias pacifistas de Henry David Thoreau, Leon Tolstoy e Mohandas Gandhi, comanda a Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), criada em 1961 para ser o braço armado do CNA.

Por isso, Mandela é preso em 1962 e condenado em 1964 à pena de morte por traição, sentença comutada para prisão perpétua. Sai da prisão 27 anos depois, em 1990, para negociar o fim do apartheid e a democratização da África do Sul. Em 1994, torna-se o primeiro presidente eleito democraticamente da história do país.

A data é o Dia da Igualdade Racial.

domingo, 20 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 20 de Março

PANDEMIA DA PESTE

    Em 1345, professores da Universidade de Paris atribuem a pandemia da peste bubônica, a pior da história da humanidade, com total de mortes na Eurásia estimado entre 75 e 200 milhões de pessoas de 1346 a 1353, a "uma tripla conjunção de Saturno, Júpiter e Marte ocorrida em 20 de março.

Hoje a ciência sabe que a causa da peste negra é a bactéria yersinia pestis, transmitida por pulgas de ratos que pulam para outras espécies de mamíferos quando os ratos hospedeiros morrem.

Os primeiros casos em seres humanos aparecem por volta de 1320 na Mongólia, mas pesquisas recentes sugerem que pode ter ocorrido séculos antes na Europa.

Os sintomas iniciais são dor de cabeça, febre e calafrios. A língua fica enbranquecida. As glândulas linfáticas incham com a reação do organismo. Surgem manchas pretas e vermelhas na pele. A morte vem uma semana mais tarde.

Depois de dizimar as tribos nômades da Mongólia, a peste migrou para o Leste e o Sul da China e a Índia. Chega à Europa em 1346.

Há um episódio em que os tártaros, um povo de origem turca, lutam contra italianos de Gênova no Oriente Médio quando um surto da peste atinge os tártaros. Eles catapultam os cadáveres pesteados no território sob o controle dos genoveses, que assim levariam a doença consigo no regresso à Europa.

Mesmo que esta história não seja verdadeira, a hipótese mais provável é que a peste chegue à Europa levada por ratos nos porões dos navios. Inicialmente as cidades portuárias são as mais atingidas. Em Veneza, houve 100 mil mortes e uma média de 600 por dia.

Em 1347, a peste chega a Paris, onde mata 50 mil pessoas. No ano seguinte, contamina a Grã-Bretanha. Um terço da população da Europa morre até a pandemia recuar, em 1352.

A culpa da desgraça não é atribuída aos astros. Judeus, ciganos e supostas bruxas são torturados e queimados na fogueira. Os religiosos a consideram um castigo divino pela imoralidade. Todos os remédios caseiros, inclusive banhos de urina e de sangue menstrual, fracassam.

Houve outros surtos da peste até o século 18. No Brasil, só é controlada no século 20 com Oswaldo Cruz no Ministério da Saúde, quando a população chega a criar ratos porque o governo paga pela captura destes animais. Nunca mais houve uma pandemia como no século 14.

HENRIQUE V

    Em 1413, com a morte de Henrique IV, primeiro rei da Dinastia de Lancaster, seu filho mas velho ascende ao trono da Inglaterra como Henrique V durante a Guerra dos Cem Anos, contra a França.

Henrique Bolingbroke é coroado Henrique IV em 1399, depois de vencer Ricardo II, enfraquecido por constantes conflitos com o Parlamento de Westminster. No fim da vida, com doenças crônicas, o jovem herdeiro toma conta dos negócios do reino. Lidera o Exército contra galeses rebeldes na Batalha de Shrewsbury.

No trono, Henrique V retoma a reivindicação de seu bisavô Eduardo III pela coroa francesa. Em 1415, invade a França e vence a Batalha de Agincourt. A Inglaterra domina toda a Normandia em 1419. 

Pelo acordo de Troyes, em 1420, Henrique V casa com Catarina de Valois, filha do rei Carlos VI, da França, é reconhecido como regente e herdeiro da coroa. Sua vitória dura pouco. Em 1422, Henrique V morre da chamada febre do acampamento, o tifo, comum na época em campanhas militares.

KRUSCHEV EM ASCENSÃO

    Em 1953, 15 dias depois da morte do ditador Josef Stalin, o ucraniano Nikita Kruschev é um dos cinco indicados para o novo Secretariado do Partido Comunista da União Soviética. Em setembro, ele se torna secretário-geral do partido e, em 1958, primeiro-ministro.

A morte repentina de Stalin, em 4 de março de 1953, deixa um vácuo de poder na liderança soviética. Giorgi Malenkov é nomeado primeiro-secretário do PC e primeiro-ministro.

Kruschev, membro ativo desde que entrou para o partido, em 1918. Sua lealdade a Stalin é total, inclusive durante o Holodomor, a morte de mais de 3 milhões de ucranianos durante o processo de coletivização da agricultura na URSS (1929-33), que causou uma grande fome, especialmente na Ucrânia. Assim, ele escapa dos expurgos dos anos 1930.

Depois da morte de Stalin, Kruschev derrota Malenkov para se tornar líder do partido em seis meses. Consolida o poder no 20º Congresso do PC da URSS. Em 26 de fevereiro de 1956, denuncia os crimes do stalinismo.

É o primeiro-ministro soviético que tenta instalar mísseis nucleares em Cuba, mas acaba recuando diante da iminência de uma invasão dos EUA à ilha, na Crise dos Mísseis, em outubro de 1962. Nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear. Kruschev cai dois anos depois.

Rússia usa mísseis hipersônicos pela primeira vez

 Diante do fracasso das Forças Armadas da Rússia ao não conquistar a Ucrânia rapidamente, o ditador Vladimir Putin lançou mão de uma nova arma: os mísseis hipersônicos, que viajam em velocidades muito superiores à do som. É uma tentativa de alardear superioridade militar, mas não muda a realidade no campo de batalha, onde Moscou usa uma política de terra arrasada. Isto acirra o conflito e a determinação da resistência ucraniana.

Cerca de 10 milhões dos 44 milhões de ucranianos fugiram de casa. Mais de 3,3 milhões saíram do país e mais de 6,5 milhões se deslocaram internamente.

O ditador usa uma linguagem cada vez mais fascista. As posições de negociação são inconciliáveis e a China e os EUA não encontram uma posição comum para mediar a paz. Meu comentário:

sábado, 19 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 19 de Março

INDEPENDÊNCIA DA ARGÉLIA

    Em 1962, autoridades da França e líderes da Frente de Libertação Nacional da Argélia assinam os Acordos de Evian, que acabam com uma guerra de oito anos e dão independência ao país do Norte da África.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 18 de Março

 EUA BOMBARDEIAM CAMBOJA

    Em 1969, durante a Guerra do Vietnã, aviões bombardeiros deixam de lado seus alvos no Vietnã para atacar bases dos guerrilheiros comunistas do Viet Cong e a chamada Trilha de Ho Chi Minh, usada pelos rebeldes para ir do Vietnã do Norte para o Vietnã do Sul através do país vizinho, que estava fora da guerra.

quinta-feira, 17 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 17 de Março

MORTE DE SÃO PATRÍCIO

    Em 461, o bispo, missionário e apóstolo da Irlanda canonizado como São Patrício morre em Saul, no condado de Downpatrick, na Irlanda. É o Dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda, muito festejado nos Estados Unidos, onde há uma grande população de origem irlandesa. 

Patrício nasce na Grã-Bretanha, provavelmente na Escócia, em uma família cristã com bom nível de vida de cidadania romana. Aos 16 anos, é capturado e escravizado por ladrões. Durante seis anos, é forçado a trabalhar como pastor na Irlanda e busca a paz interior na religião.

Depois de um conselho recebido durante um sonho, foge e consegue embarcar num navio para a Grã-Bretanha, onde reencontra a família. Em mais um sonho, um homem lhe entrega uma carta, A Voz dos Irlandeses, um apelo para voltar à Irlanda.

Ele estuda no seminário para ser padre e é ordenado bispo. Chega à Irlanda em 433 em missão evangelizadora. Patrício prega o evangelho, converte milhares de irlandeses e constrói igrejas por todo o país. Morre em Saul, onde erguera sua primeira igreja.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 16 de Março

WEST POINT

    Em 1802, o Congresso funda a Academia Militar dos Estados Unidos, em West Point, no estado de Nova York, local de um forte construído durante a Guerra da Independência (1775-83), para treinar e educar jovens na teoria e prática das ciências militares.

Com a Guerra de 1812 contra o Império Britânico, que tenta recolonizar os EUA, o Congresso decidiu ampliar a Academia Militar de West Point. Logo, vira o principal curso superior para formação de engenheiros no país.

Em 1877, o primeiro negro se forma em West Point. Desde 1976, a academia militar recebe mulheres. Tem hoje mais de 4 mil alunos.

BATALHA DE IWO JIMA

    Em 1945, os Estados Unidos vencem uma das batalhas mais ferozes da Segunda Guerra Mundial (1939-45) e tomam a ilha de Iwo Jima, no Japão, no fim de quase um mês de luta.

A invasão é precedida por 74 dias de bombardeio aéreo dos EUA às posições de 21 mil soldados japoneses, que fortificada em cima e embaixo da terra, com uma rede de túneis.

Os fuzileiros navais norte-americanos desembarcam em 19 de fevereiro e são repelidos pelo fogo de sete batalhões japoneses. Mais de 550 soldados dos EUA morrem no primeiro dia e 1,8 mil saem feridos.

Diante da ferocidade do contra-ataque, os EUA decidem avançar gradualmente. Fixam como objetivo tomar o Monte Suribachi, centro da defesa do Japão. 

Em 23 de fevereiro, os fuzileiros navais cravam a bandeira norte-americana no topo do mundo, uma das imagens icônicas da guerra. Um terço da ilha está conquistado.

A Marinha dos EUA estabelece um governo militar na ilha em 16 de março. A batalha vai até 26 de março. Mais de 6 mil soldados norte-americanos e 18 mil japoneses morrem em Iwo Jima. Só 216 japoneses se rendem. Três mil desaparecem ou conseguem escapar.

MASSACRE DE MY LAI

    Em 1968, um pelotão do Exército dos Estados Unidos pelo menos 347 civis desarmados, talvez 500 homens, mulheres e crianças, no Massacre de My Lai, arrasando a aldeia da costa nordeste do Vietnã do Sul, num dos episódios mais violentos, brutais, e cruéis da Guerra do Vietnã (1955-75).

Com informações de que guerrilheiros comunistas do Viet Cong estão escondidos na vila de Quang Ngai, os soldados norte-americanos entram na aldeia de My Lai numa missão de busca e destruição. Em vez de guerrilheiros, encontram apenas mulheres, crianças e velhos desarmados.

Mesmo assim, destroem a aldeia com requintes de crueldade. Estupram, torturam e matam. Jogam dezenas de pessoas, inclusive crianças e bebês, numa vala comum antes de executá-las com metralhadoras.

O massacre só acaba quando Hugh Thompson, um piloto do Exército dos EUA pousa de helicóptero em My Lai e ameaça atirar nos soldados delinquentes.

A história vem à tona em 12 de novembro de 1969, quando o jornalista investigativo Seymour Hersh dá o furo de reportagem: "O Exército diz que ele matou pelo menos 109 civis vietnamitas durante uma operação de busca e destruição em março de 1968 num reduto do Viet Cong conhecido como Pinkville." Depois se sabe que o total de mortes é muito maior.

Ele é o tenente William Calley, chefe do pelotão. Em 1970, durante julgamento numa corte marcial, declara que a ordem do comandante da companhia, capitão Ernest Medina, era remover os moradores da aldeia e, caso se recusassem, "acabar com eles".

terça-feira, 15 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 15 de Março

ASSASSINATO DE CÉSAR

    Em 44 antes de Cristo, 60 conspiradores liderados por Caio Cássio Longinus e Marco Júnio Brutus matam a facadas, na escadaria do Senado da República Romana, Caio Júlio César, um dos maiores generais de todos os tempos, que se tornara um ditador. 

Ele agoniza e morre aos pés da estátua de seu inimigo Pompeu. Ao ser esfaqueado por Brutus, seu protegido por ser filho de uma de suas amantes, não esconde seu espanto

César nasce em 13 de julho de 100 AC na família Julii, de patrícios, mas sem uma posição de destaque na aristocracia romana. Começa a vida pública em 78 AC como promotor público do Partido Popular, que é contra o patriciado, e conquista apoio por causa das propostas reformistas e do talento como orador.

Em 78 AC, Júlio César organiza um exército particular para enfrente o rei de Pontus, um reino ao sul do Mar Negro. Ele se alia a Cneu Pompeu, o líder do Partido Popular, mas toma a liderança quando Pompeu sai de Roma para ser comandante das forças do Leste da República Romana, em 67 AC.

Quatro anos depois, em 63 AC, César é eleito Pontifex Maximus (Supremo Pontífice), possivelmente com muito suborno e compra de votos. Em 61 AC, é nomeado governador da Hispânia Ulterior. Volta a Roma em 60AC com a ambição de se tornar cônsul, o mais alto cargo da república, ocupado por dois políticos por períodos de um ano.

Os cônsules comandam o Exército, presidem o Senado, executam seus decretos e representam Roma nas relações exteriores. César forma então o Primeiro Triunvirato, uma aliança com Pompeu e Marco Licínio Crasso, o homem mais rico de Roma. Em 59 AC, é eleito cônsul.

Em 58 AC, César assume o comando de quatro legiões romanas na Gália Cisalpina e na Ilíria. Conquista toda a Gália, que incluía o que hoje é a França, a Bélgica, a Suíça e partes da Alemanha e da Itália, mas não consegue invadir o que hoje é a Inglaterra.

O sucesso militar provoca o rompimento da aliança. Sob pressão de Pompeu, o Senado manda César dissolver seu exército. Ele se nega a fazer isso. Ao cruzar o Rio Rubicão, na fronteira da Gália Cisalpina com a Itália, declara guerra a Pompeu.

César vence na Espanha e na Itália, mas é obrigado a fugir para a Grécia. Em agosto de 48 AC, com exército menos numeroso, arma uma emboscada para as forças do Senado Romano sob o comando de Pompeu, que foge para o Egito, onde é assassinado por um agente do rei.

Depois de alguns anos percorrendo os domínios romanos para consolidar o poder, César volta a Roma em 45 AC. É proclamado ditador perpétuo e anuncia uma série de reformas. A mais duradoura é o Calendário Juliano, o primeiro baseado no ano solar e não nas fases da Lua, substituído a partir do século 16 pelo Calendário Gregoriano. Também planeja expansão do império pela Europa Central e Oriental.

Os conspiradores acreditam que a morte de César vai restaurar a República Romana. Mas há uma nova guerra civil. Marco Antônio, Otávio e Lépido formam o Segundo Triunvirato na guerra contra os assassinos de Júlio César. 

Depois da vitória, eles brigam entre si. Lépido vai para o exílio e Marco Antônio se suicida com a derrota na Batalha de Ácio, em 31 AC.

Caio Júlio César Otávio é proclamado primeiro imperador romano em 16 de janeiro de 27 AC e acrescenta o nome de Augusto. É o fim da República. 

Augusto governa até a morte, em 19 de agosto de 14 depois de Cristo. Quando Jesus nasceu, Otávio César Augusto era o imperador romano. Apesar das guerras expansionistas nas fronteiras do império, Roma em si vive um período de 200 anos de paz, a Pax Romana, quebrada em 68 e 69 DC por uma guerra civil em torno da sucessão.

EXPOSIÇÃO DE VAN GOGH

    Em 1901, onze anos depois de sua morte por suicídio, 71 pinturas do genial holandês Vincent Van Gogh são expostas na Galeria Bernheim-jeune, em Paris, e com sua riqueza de cores e estilo causam sensação no meio artístico.

Van Gogh nasce em Zundert, na Holanda, em 1853. Trabalha como vendedor em galeria de arte, professor, vendedor de livros e pregador entre os mineiros da Bélgica antes de descobrir sua vocação artística.

Sua década produtiva começa em 1880. Ele estuda desenho na Academia de Bruxelas e vai para a Holanda em busca do contato com a terra e a natureza. Pinta Os Comedores de Batata, um quadro sombrio sobre a vida dura dos camponeses, considerado sua primeira grande obra.

Em 1886, vai viver com o irmão, Theo, em Paris, onde conhece grandes pintores pós-impressionistas, Henri de Toulouse-Latrec, Paul Gauguin, Camille Pissarro e Georges Seurat. A conselho de Pissarro, passa a usar uma palheta multicolorida que provoca uma explosão de cores nas duas telas.

A toxicidade das tintas coloridas contribuiu para os problemas mentais que o abalaram. Em 1888, Van Gogh vai para Arles, no Sudeste da França, onde tem um ano de extraordinária criatividade, quando pinta sua série Girassóis.

Van Gogh quer formar uma comunidade de artistas. Convida Gauguin para ir para Arles. No fim de dois meses de convivência difícil, num gesto de loucura, Van Gogh ameaça Gauguin com uma navalha e corta um pedaço da própria orelha.

Depois de dois meses no hospital de Arles, Van Gogh vai para um asilo em Saint-Remy-de-Provence, onde fica 12 meses e continua produzindo entre surtos da doença mental. A Noite Estrelada (1889) é desta época.

Em maio de 1890, deixa o asilo. Vai para Paris e depois se muda para a casa do Dr. Ferdinand Gachet, um médico homeopata amigo de Pissarro, em Auvers-sur-Oise. Ainda trabalha, mas a saúde mental se deteriora. 

Deprimido, Van Gogh se considera um peso para um irmão, se dá um tiro em 27 de julho de 1890 e morreu dois depois, nos braços de Theo.

Ao longo da carreira, criou 2,5 mil obras de artesAntes de se matar, só vende um único quadro, A Vinha Encarnada, por 400 francos, na Bélgica. Em 1990, o Retrato do Dr. Gachet é leiloado em Nova York por US$ 82,5 milhões.

A exposição em Paris foi a primeira a reconhecer sua genialidade.

VOTO PARA OS NEGROS

    Em 1965, diante de uma sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos, o presidente Lyndon Johnson (1963-69) defende a aprovação de uma lei para garantir o direito de voto para todos e usa o lema do movimento negro: "Nós devemos superar."

A 15ª Emenda à Constituição dos EUA, aprovada depois da Guerra da Secessão (1861-65), dá o direito de votos a todos, mas vários criam legislações contra o voto dos negros, com exigências como alfabetização ou testes de caráter a que os eleitores brancos não são submetidos.

O discurso é feito dias depois da violenta repressão policial a uma marcha de protesto contra o racismo em Selma, no Alabama, um dos estados mais conservadores do Sul dos EUA.

Em 6 de agosto, Johnson sanciona a Lei dos Direitos de Voto, que torna ilegal qualquer medida para impor restrições aos direitos de votos. O presidente Richard Nixon (1969-74) amplia os direitos e reduz a idade mínima para votar para 18 anos em todo o país.

EUA advertem China a não dar ajuda militar à Rússia

 Com o ataque a uma base da Ucrânia a 25 quilômetros da fronteira da Polônia, onde chega ajuda militar do Ocidente, a Rússia se aproxima das fronteiras da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e aumenta o risco de um confronto capaz de deflagrar uma guerra nuclear. É altamente improvável, mas o risco existe.

Os Estados Unidos advertiram a China, provavelmente com ameaça de sanções, a não dar ajuda militar à Rússia, que teria pedido mísseis, drones e outros equipamentos militares, de acordo com a versão norte-americana. 

A China é a esperança de uma mediação capaz e pressionar e persuadir o ditador Vladimir Putin a acabar com esta guerra inútil, porque a OTAN sai mais forte e a Ucrânia não vai aceitar o controle de Moscou, e contraproducente, porque ameaça destruir a economia da Rússia sob o peso das sanções econômicas.

Como na história da Rússia, derrotas militares levam a revoluções ou reformas radicais, o desafio da China como mediadora é encontrar uma saída honrosa para o ditador russo, que costuma dobrar a aposta. O Ocidente, pelo tamanho das sanções, prefere uma mudança de regime. Não confia em Putin para futuras negociações. 

Sun Tzu alertou em A Arte da Guerra, que é preciso deixar uma rota de fuga para o inimigo não sair atirando para todos os lados. Meu comentário:

segunda-feira, 14 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 14 de Março

PRESIDENTE GORBACHEV

    Em 1990, o Congresso dos Deputados elege Mikhail Gorbachev para presidente da União Soviética, cinco anos e três dias depois de ele se tornar o secretário-geral do Partido Comunista e iniciar a abertura política e a reforma econômica que acabaram com o regime e com a URSS, em dezembro de 1991.

No poder, desde 1985, Gorbachev promoveu a glasnost (transparência) e a perestroika (reestruturação econômica). Acabou com o poder absoluto do PC e convocou eleições parlamentares. Mas a burocracia do partido foi refratária às reformas e a economia entrou em declínio.

Naquele ano, Gorbachev estava sob ataque tanto da velha guarda comunista quanto da vanguarda reformista liderada por Boris Yeltsin, que é eleito na primeira eleição presidencial direta da história da Rússia, em 12 de junho de 1991, resiste ao golpe da linha-dura comunista contra Gorbachev, em agosto de 1991, e lidera o processo de dissolução da URSS, em dezembro do mesmo ano.

domingo, 13 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 13 de Março

CZAR ASSASSINADO

    Em 1881, um atentado a bomba cometido pelo grupo revolucionário Vontade Popular mata nas ruas de São Petersburgo Alexandre II, czar da Rússia desde 1855.

Alexandre II, um czar reformista, abole a servidão em 1861, mas rejeita qualquer mudança política e reprime com dureza os movimentos de oposição. No dia de sua morte, assina uma proclamação chamada de Constituição de Loris-Melikov, que criaria duas comissões legislativas com representantes eleitos indiretamente.

O sucessor, seu filho de 36 anos, Alexandre III rejeita a Constituição. Os assassinos são presos e enforcados. O grupo Vontade Popular é violentamente reprimido.

Alexandre Ulianov, irmão mais velho de Vladimir Ulianov, mais conhecido como Lenin, entra para a ala terrorista da Vontade Popular em 1886 e participa de uma conspiração para matar Alexandre III. 

A polícia desconfia que o czar será atacado quando for à igreja no aniversário da morte do pai. Em 1º de março de 1887, prende três membros do partido na Nevsky Prospekt, a principal avenida de São Petersburgo.

Ulianov, ideólogo e fabricante de bombas do grupo, é preso em seguida. No tribunal, ele faz um discurso político. Todos os conspiradores são condenados à morte. O czar só não perdoa cinco. Em 8 de maio de 1887, Alexandre Ulianov e quatro companheiros são enforcados.

O martírio do irmão é importante na decisão de Lenin de se tornar um revolucionário. Em 8 de novembro de 1917, ele toma o poder na Rússia com a vitória da Revolução Bolchevique.

sábado, 12 de março de 2022

Hoje da História do Mundo: 12 de Março

DOUTRINA TRUMAN

    Em 1947, diante de sessão conjunta do Congresso, o presidente Harry Truman acusa o comunismo de se basear "no terror e na opressão" e declara que "a política dos Estados Unidos deve ser apoiar os povos livres que estão resistindo a tentativas de subjugação por minorias armadas e pressões externas", uma verdadeira declaração de guerra no início da Guerra Fria.

Putin vai à guerra e nega direito de existência da Ucrânia

 Ao invadir a Ucrânia e afirmar que o país não tem o direito de existir, o ditador Vladimir Putin tenta voltar à situação anterior ao fim da Guerra Fria e restaurar o poder imperial da Rússia. Putin não aceita a entrada da Ucrânia na União Europeia (UE).

Um objetivo central é manter as ex-repúblicas soviéticas dentro da esfera de influência de Moscou. A Ucrânia é uma peça-chave neste xadrez geopolítico. Putin alega que a Ucrânia sempre foi parte da Rússia. O atual conflito começa em 2013, quando um presidente ucraniano aliado do Kremlin suspende negociações com a UE. Meu comentário:

sexta-feira, 11 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 11 de Março

TERREMOTO DE FUKUSHIMA

    Em 2011, o maior terremoto da história do Japão e o quarto maior desde 1900, de 9,1 graus na escala aberta de Richter, provoca um maremoto que causa ainda mais destruição na região de Tohoku, no Nordeste da ilha de Honshu, inclusive um acidente nuclear na central atômica de Fukushima, matando 19.747 pessoas.

Mais de 100 mil pessoas são retiradas da área. Durante a emergência, todos os três reatores operacionais se desligaram automaticamente, mas, com a falta de energia elétrica, o sistema de resfriamento dos reatores parou de funcionar.

O Reator nº 1 explodiu no dia 12 e o nº 3 no dia 14. O governo manda evacuar todo o mundo dentro de um raio de 20 quilômetros da central nuclear. Este raio é ampliado para 30 km. Cerca de 154 mil pessoas saíram da região.

A maioria volta para casa, mas uma área de 371 km2 fica isolada até 2021 e pode ficar contaminada por décadas. O acidente nuclear de Fukushima é o segundo pior da história, atrás apenas do acidente de Chernobil, na Ucrânia, na época parte da União Soviética, em 26 de abril de 1986.

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

    Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que a doença do coronavírus de 2019 causa uma pandemia, uma epidemia de escala global.

Dois anos depois, são 455.231.352 casos confirmados e 6.036.139 mortes. Um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet com base no excesso de mortes em comparação com anos anteriores estima que o verdadeiro número de mortes seja três vezes maior, de 18 milhões. 

O Brasil registrou 29.302.583 casos confirmados e perdeu pelo menos 654.612 vidas na pandemia.

quinta-feira, 10 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 10 de Março

REVOLTA TIBETANA

    Em 1959, 300 mil tibetanos protestaram contra a ocupação chinesa e cercaram o palácio de verão do Dalai Lama, em Lhaça, com medo da prisão do líder político e espiritual do Tibete, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, dando início a uma rebelião de duas semanas.

As manifestações, a princípio pacíficas, levaram a choques com o Exército Popular de Libertação (EPL) da China e a combates violentos, com a morte de 2 mil soldados chineses e 85 mil tibetanos, números contestados. O Dalai Lama foge para o exílio na Índia.

Parte do Império Chinês desde o século 13, o Tibete se torna independente em 1912 com a queda da monarquia na China. Depois da vitória da revolução comunista, em 1º de outubro de 1949, Mao Tsé-tung manda recapturar o Tibete.

Como o Tibete é o teto do mundo, com altitude média de 4,9 mil metros, e não há estradas, o Exército Popular de Libertação leva 11 meses para chegar lá, em outubro de 1950. No ano seguinte, é assinado um tratado que transforma o Tibete numa região autônoma da República Popular da China e deixa o governo regional a cargo do Dalai Lama.

A resistência cresce. Em dezembro de 1958,  EPL ameaça bombardear a capital tibetana. A revolta é deflagrada pelo temor de que Tenzin Gyatso seja preso e levado para Beijim, quando o EPL convida o Dalai Lama para visitar seu quartel-general em Lhaça e ir sozinho, sem guarda-costas ou qualquer escolta.

Então, os tibetanos cercam o Palácio Norbulinka, em 10 de março, para impedir que o Dalai Lama vá ao QG chinês. Em 17 de março, a artilharia do EPL ataca o palácio. O Dalai Lama foge para a Índia.

Dois dias depois, começa a batalha das ruas. Os chineses são muito mais, têm as melhores armas e treinamento militar. Em 21 de março, o EPL bombardeia o palácio e mata dezenas de milhares de tibetanos acampados do lado de fora. A guarda pessoal do Dalai Lama é executada e os principais mosteiros do lamaísmo, o budismo tibetano, são destruídos.

No Grande Salto para a Frente (1958-62), uma política fracassada de criar unidades industriais no campo, quando morrem 30 milhões de pessoas na China e entre 200 mil e 1 milhão no Tibete. Durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), mais de 6 mil mosteiros tibetanos são destruídos.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 9 de Março

 TÓQUIO SOB ATAQUE

    Em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea dos Estados Unidos joga em dois dias 2 mil toneladas de bombas incendiárias em Tóquio, a capital do Japão, onde na imensa maioria das casas é de madeira e pega fogo, matando entre 80 e 130 mil civis japoneses na maior tempestade de fogo da história.

Pouco depois das cinco horas da tarde, 334 aviões bombardeiros B-29, as fortalezas voadoras decolam de das ilhas de Saipan e Tinian, no arquipélago das Marianas, para atacar o bairro de Shitamachi. Alguns canhões são removidos para aumentar a velocidade e a capacidade de carga. Cada B-29 leva 7 tonelada de bombas.

A esquadra aérea chega ao alvo à 0h15 de 10 de março. Voando baixo, a cerca de 150 metros de altitude, despeja sua carga letal. Um vento de 30 nós ajuda a espalhar o fogo por toda a Tóquio. A população desesperada tenta fugir, mas está presa em ruas estreitas e casas de madeira. O bombardeio dura dois dias.

Conservador vence na Coreia do Sul com discurso contra China e Coreia do Norte

 O ex-procurador-geral Yoon Suk Yeol ganhou hoje a mais disputada eleição presidente da história democrática da Coreia do Sul com uma campanha crítica à China e à Coreia do Norte, o que tende a aumentar ainda mais o risco geopolítico neste momento de guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ele também prometeu combater a corrupção e a desigualdade social.

Yoon, de 61 anos, do Partido do Poder Popular, conservador, obteve 48,6% dos votos contra 47,8% do ex-governador provincial Lee Jay Myung, de 57 anos, do Partido Democrata, que governou o país nos últimos cinco anos. 

A participação foi de 77,1%, quase igualando o recorde de 2017 (77,2%), quando os sul-coreanos escolhiam o substituto da presidente Park Geun Hye, afastada num processo de impeachment em que o novo presidente foi o principal acusador.

O atual presidente, Moon Jae In, foi o grande responsável pela retomada do diálogo com a Coreia do Norte e dos três encontros de cúpula entre o ditador Kim Jong Un e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas as negociações para desnuclearizar a Península Coreana não avançaram. A Coreia do Norte teria hoje entre 30 e 40 ogivas nucleares.

A ditadura stalinista de Pyongyang fez seis testes nucleares a partir de 9 de outubro 2006 e acelerou seu programa de armas atômicas desde que Kim Jong Un chegou ao poder, em dezembro de 2011, como sucessor do pai e do avô, num comunismo dinástico. O país mais fechado do mundo está sob sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e tem mais de 90% de seu comércio exterior com a China.

Entre as iniciativas para pacificar a península, Moon resolver não instalar no país sistemas de defesa antimísseis dos EUA, que mantêm forças militares na Coreia do Sul desde a Guerra da Coreia (1950-53). 

terça-feira, 8 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 8 de Março

REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO

    Em 1917, uma onda de greves e protestos contra a escassez de comida e a fome irrompe em Petrogrado, hoje São Petersburgo, na época a capital da Rússia, e uma semana depois o czar Nicolau II, o Sanguinário, abdica, pondo fim a séculos do império czarista e a mais de 300 anos da Dinastia Romanov, no que se conhece como Revolução de Fevereiro porque na época o país adotava o calendário juliano, que marcava 23 de fevereiro.

Com sol, céu aberto e cinco graus abaixo de zero, dezenas de milhares de trabalhadores, na maioria mulheres, tomam as ruas de Petrogrado. Alguns grupos cantam a Marselhesa, o Hino da Revolução Francesa.

As graves se alastram. Cerca de 200 mil trabalhadores param de trabalhar e começam a confraternizar com soldados do Exército da Rússia, humilhado pela Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-18). Um protesto reúne 200 mil pessoas.

Nicolau II manda a polícia atirar. Cerca de 200 pessoas morrem. Três regimentos de elite se amotinam, atacam o arsenal, pegam 40 mil fuzis e marcham até a cadeia, onde libertam os presos políticos. Em meio à rebelião, o chefe de polícia é morto.

Quando os quartéis se amotinam, em 12 de março (27 de fevereiro pelo calendário juliano), o czar nem responde. A czarina Alexandra visita o túmulo do mago sinistro que era uma eminência parda na corte russa, o Rasputim, assassinado em dezembro. 

Rasputim previa que, se morresse, Nicolau II cairia em seis meses. Bastaram dois meses. Os ministros são presos numa fortaleza. O czar abdica na noite de 15 de março.

O primeiro líder comunista a chegar a Petrogrado, em março, é Josef Stalin, que está preso na Sibéria quando a revolução começa. Vladimir Lenin pass a guerra exilado na Suíça. Para chegar à capital russa, em abril, recebe um salvo-conduto da Alemanha, o que leva a acusações de que seria um "agente alemão". Leon Trotsky está em Nova York. Volta em maio.

Em 25 e 26 de outubro (7 e 8 de novembro pelo calendário atual), os bolcheviques dão um golpe, derrubam o governo provisório do primeiro-ministro Alexander Kerensky, deflagram a Revolução de Outubro, Revolução Bolchevique ou Revolução Comunista e tomam o poder na Rússia.

Para tirar o país da guerra, em 3 de março de 1918, os bolcheviques assinam o Tratado de Paz de Brest-Litovsk com a Alemanha e o Império Austro-Húngaro.

Na noite de 16 para 17 de julho de 1918, os comunistas matam o czar, a czarina, os filhos e servidores da família em Ecaterimburgo.

Rússia avança em todas frentes na guerra que não tem como ganhar

Apesar da resistência da Ucrânia, a Rússia avança em todas as frentes, as negociações não progridem, os corredores de ajuda humanitária não funcionam e o isolamento internacional aumenta numa guerra que o ditador Vladimir Putin não tem como ganhar.

Com as sanções internacionais, o barril de petróleo chegou a US$ 139 e há previsões de que chegue a US$ 185 ou US$ 200, as sanções incluírem gás e petróleo russos. O preço do trigo, de que Rússia e Ucrânia são grandes exportadoras, subiu 55%.

A Guerra da Ucrânia cria um mundo mais incerto e perigoso. Acaba com os dividendos da paz da era pós-Guerra Fria. 

A questão central da guerra é se parte central da experiência humana ou se pode ser superada. É o dilema entre a civilização e a barbárie, a lei do mais forte, a lei da selva. Meu comentário:

segunda-feira, 7 de março de 2022

Mundo passa de 6 milhões de mortes

Com mais 1.146.780 diagnósticos positivos em 24 horas e média de 7.238 mortes por dia nos últimos sete dias, o mundo chegou a 447.646.610 casos confirmados e 6.006.697 mortes da doença do coronavírus de 2019. 

Mais de 382 milhões de pacientes se recuperaram e 70.246 estão em estado grave. O contágio está em alta na China, em Hong Kong, na Coreia do Sul e da Nova Zelândia.

A revista inglesa The Economist estima que o total real de mortes seja de 19,9 milhões, com 95% de chance de que esteja entre 14,1 e 23,6 milhões.

O Brasil notificou mais 211 mortes e 20.644 casos novos nesta segunda-feira. Soma agora 29.066.590 casos confirmados e 625.418 vidas perdidas na pandemia. 

A média diária de mortes dos últimos sete dias caiu 48% em duas semanas para 425. É a menor desde 27 de janeiro. A média de casos novos baixou 59% em duas semanas para 40.074, a menor desde 27 de janeiro.

Mais de 10,88 milhões de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo. Mais de 4,99 bilhões de pessoas (63,32% da população mundial) tomaram ao menos uma dose, mas só 13,6% nos países pobres. Mais de 58% completaram a vacinação e 19% tomaram a dose de reforço.

O Brasil deu a primeira dose 173,27 milhões de pessoas, 156,25 milhões (72.9% da população brasileira) completaram a vacinação e 66,5 milhões (31%) receberam a dose extra.

No Brasil e no mundo, o contágio e as mortes estão diminuindo, mas a pandemia ainda não acabou. Hoje, a Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu dispensar o uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados.

Em entrevista ao canal do YouTube do Dr. Carlos von Mühlen, o Dr. Marcus Vinicius Lacerda, infectologista da Fundação de Medicina Tropical, em Manaus, e professor da Universidade Estadual do Amazonas e da Universidade do Texas, considerou a medida prematura.

Hoje na História do Mundo: 7 de Março

DOMINGO SANGRENTO EM SELMA

    Em 1965, tropas do estado do Alabama atacam uma marcha de 600 pessoas na cidade de Selma em protesto contra a morte de Jimmie Lee Jackson, um diácono de 26 anos, morto por um policial branco.

A marcha de 86 quilômetros ia de Selma até Montgomery, a capital do Alabama, um dos estados mais pobres, conservadores e racistas dos Estados Unidos. 

Quando os manifestantes cruzam a ponte Edmund Pettus, nos arredores de Selma, recebem a ordem de se dispersar. Momentos depois, a polícia ataca com chicotes, cassetetes e gás lacrimogêneo. Dezessete manifestantes foram hospitalizados.

A violência saiu na televisão e na imprensa, gerando manifestações em 80 cidades. Em 9 de março, o reverendo Martin Luther King Jr. liderou um marcha de 2 mil pessoas na mesma ponte.

Em 15 de março, o presidente Lyndon Johnson fala na necessidade de reformar a lei eleitoral para dar o direito de voto aos negros. A Lei do Direito de Voto é aprovada cinco meses depois.

Luther King e 25 mil pessoas completam a marcha em 25 de março, sob a proteção do Exército dos EUA e do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal norte-americana.

domingo, 6 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 6 de Março

QUEDA DO ÁLAMO

    Em 1836, depois de 13 dias de combates intermitentes, a Batalha do Álamo chega ao fim com a vitória do Exército do México sobre os revolucionários que lutavam pela independência do Texas, num momento crucial da Revolução Texana.

Treze dias antes, em 23 de fevereiro, o ditador do México, general Antonio López de Santa Anna, manda cercar a Missão do Álamo, perto de onde hoje fica a cidade de San Antonio, ocupado pelos rebeldes desde dezembro de 1835. Mais de mil soldado mexicanos cercaram o Álamo.

Apesar da inferioridade numérica de 5 para 1, os comandantes James Bowie e William Travis decidem resistir. Entre os voluntários que defendem o Álamo, há médicos, fazendeiros e o deputado Davy Crockett, que lutou pela milícia do Tennessee.

Na madrugada de 6 de março, os mexicanos romperam a muralha e penetraram no Álamo. 

BAYER PATENTEIA ASPIRINA

    Em 1899, a companhia alemã Bayer registra a patente da aspirina, talvez o medicamento mais usada hoje no mundo, o ácido acetilsalicílico, extraído da casca do salgueiro e usado desde Hipócrates, o Pai da Medicina, na Grécia Antiga, para combater a dor e a febre.

sábado, 5 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 5 de Março

 MASSACRE DE BOSTON

    Em 1770, uma massa de 300 a 400 colonos norte-americanos se reúnem diante da Alfândega, em Boston, na Colônia da Baía de Massachusetts, para provocar os soldados britânicos que protegiam o prédio, em protesto contra a ocupação da cidade por tropas do Império Britânico enviadas em 1768 para aplicar as novas leis de impostos do Parlamento Britânico, onde os colonos não tinham representação.

Diante da manifestação ruidosa de centenas de pessoas, o capitão britânico Thomas Preston manda nove soldados saírem de baioneta calada para proteger a Alfândega. Os colonos jogam bolas de neve, paus e pedras nos britânicos. Quando atingem o soldado Hugh Montgomery, ele dispara seu fuzil. Os outros soldados atiram em seguida.

Cinco colonos - Crispus Attucks, James Caldwell, Patrick Carr, Samuel Gray e Samuel Maverick - morrem. São os primeiros mártires da luta pela independência dos Estados Unidos.

A Guerra da Independência dos EUA começa em 19 de abril de 1975 com a Batalha de Lexington, perto de Boston. Em março de 1776, as forças britânicas deixam Boston depois de oito anos de ocupação, quando o general George Washington instala canhões e fortificações nas Colinas de Dorchester.

Por retomar a cidade sem derramamento de sangue, Washington, comandante do Exército Continental, recebe a primeira medalha de ouro do Congresso Continental.

A independência é proclamada em 4 de julho de 1776. A guerra termina na Batalha de Yorktown, de 28 de setembro a 19 de outubro de 1781, quando o general Charles Cornwallis se rende a Washington, comandante de uma força franco-norte-americana. Em 3 de setembro de 1783, no Tratado de Paris, a França e o Reino Unido reconhecem a independência dos EUA.

CORTINA DE FERRO

    Em 1946, o ex-primeiro-ministro Winston Churchill, um dos líderes dos aliados na Segunda Guerra Mundial (1939-45), faz um discurso no Westminster College, em Fulton, no Missouri, diante do presidente Harry Truman, critica a União Soviética e adverte que, "de Stettin, no Báltico, a Triestre, no Adriático, uma cortina de ferro cai sobre o continente", uma referência aos regimes comunistas implantados .

É o início da Guerra Fria, a confrontação estratégica, política, econômica, cultural, tecnológica e militar entre Estados Unidos e União Soviética que domina a segunda metade do século 20.

Churchill tenta consolidar a "relação especial" com os EUA como as grandes potências anglo-saxãs, mas evidentemente o Reino Unido é o parceiro menor. O ex-primeiro-ministro, derrotado nas eleições de 1945, quer manter o engajamento dos EUA com a Europa.

A expressão "cortina de ferro" entra no vocabulário da Guerra Fria. Em Moscou, o ditador soviético Josef Stalin, aliado na Segunda Guerra Mundial, denuncia o discurso como "belicista" e a referência ao "mundo que fala inglês" de imperialista e racista. 

MORTE DE STALIN

    Em 1953, o ditador soviético Josef Stalin morre de um ataque cardíaco fulminante depois de três décadas de tirania em que se estima que 20 milhões de pessoas tenham sido mortas em perseguições, mas o Exército Vermelho é a principal força na vitória sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45), em que morreram 27 milhões de soviéticos.

FOTO DO CHE

    Em 1960, o repórter fotográfico Alberto Díaz Gutiérrez, mais conhecido como Alberto Korda, tira

uma das fotos mais reproduzidas da história, a imagem icônica de Ernesto Rafael Che Guevara de la Serna, o Guerrilheiro Heróico, símbolo da rebeldia juvenil dos anos 1960.

O Che aparece rapidamente no funeral, em Havana de um trabalhador morto numa explosão num porto que o governo Fidel Castro atribuiu aos Estados Unidos. Não fica mais de cinco minutos no palanque e se junto à multidão.

Korda tirou duas fotos de Guevara, bem sério, com ar grave, olhando para cima, com a boina característica, uma tradição argentina, e a longa cabeleira.

O jornal La Revolución não publica a foto. Durante anos, é apenas um dos trabalhos favoritos do autor, que deu o nome de Guerrilheiro Heroico. Em 1967, a revista francesa Paris Match a usa numa reportagem sobre a guerrilha na América Latina.

Quando o Che morre, em 9 de outubro de 1967, executado por soldado boliviano em La Higuera, ao tentar levar a revolução para a Bolívia, Cuba realiza um funeral solene e uma enorme reprodução da foto aparece na fachada do Ministério do Interior.

É a canonização do Che. Em 1968, nas revoluções dos estudantes, Guevara estás nas paredes dos centros acadêmicos e alojamentos estudantes por meio mundo. Até hoje, circula nas camisetas dos jovens e nem tão jovens esquerdistas.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 4 de Março

LINCOLN PRESIDENTE

    Em 1861, Abraham Lincoln assume a Presidência dos Estados Unidos com uma mensagem de paz aos sete estados do Sul (Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississípi e Texas) que haviam deixado a União em 4 de fevereiro, depois de sua eleição, em novembro de 1860, por serem contra a abolição da escravatura, e adverte que vai aplicar as leis federais para impedir a secessão. 

FDR TOMA POSSE

    Em 1933, em plena Grande Depressão, Franklin Delano Roosevelt, toma posse como presidente dos Estados Unidos, diz que "a única coisa de que devemos ter medo é do medo" e anuncia o New Deal, um novo pacto social com o aumento de gastos e das ações do governo federal para gerar empregos e promover o bem-estar social.  

quinta-feira, 3 de março de 2022

Média movel de mortes por covid-19 cai abaixo de 500 por dia

 O Brasil registrou mais 594 mortes e 66.908 diagnósticos positivos da doença do coronavírus 2019 nesta quinta-feira, chegando a um total de 28.906.214 casos confirmados e 650.646 vidas perdidas na pandemia.

A média diária de mortes dos últimos sete dias caiu 46% em duas semanas para 451. Pela primeira vez desde 28 de janeiro, ficou abaixo de 500. A média de casos novos baixou 58% em duas semanas para 46.460. Estes números podem estar distorcidos pela subnotificação durante o Carnaval.

No mundo, já são 446.068.951 casos confirmados e 5.981.034 mortes. Mais de 375 milhões de pacientes se recuperaram e 73.130 estão em estado grave.

Os Estados Unidos notificaram mais 74.491 casos e 1.995 mortes na quinta-feira. Somam o maior número de casos confirmados (79.196.008) e de mortes (956.261) na pandemia. 

A média diária de casos novos dos últimos sete dias caiu 55% em duas semanas para 51.599. O total de pacientes hospitalizados diminuiu 43% para 44.785 e o internados em UTIs 43% para 8.364. A média de mortes baixou 26% no mesmo período para 1.706.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA divulgou dados que indicam que 90% dos norte-americanos não precisam mais usar máscaras.

Mais de 10,81 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo, mas só 13% dos habitantes de países pobres tomaram uma dose. O Brasil deu a primeira dose a 172,8 milhões de pessoas, 155,3 milhões completaram a vacinação e 65,3 milhões tomaram a dose de reforço.

Hoje na História do Mundo: 3 de Março

RACISMO POLICIAL

    Em 1991, a polícia de Los Angeles espanca o negro Rodney King, um condenado por roubo que está em liberdade condicional, depois de uma perseguição de 13 quilômetros de carro e helicóptero porque ele dirigia em velocidade excessiva, e a cena é gravada em vídeo.

Os policiais mandam King e dois amigos se deitar no chão. Os amigos obedecem, mas ele fica de quatro. Quando os agentes tentam forçá-lo, King resiste e leva dois tiros de armas de choque, que disparam dardos com potência de 50 mil volts.

Neste momento, da varanda de seu apartamento do outro lado da rua, George Holliday começa a gravar. O vídeo de um minuto e 29 segundos tornaria King num personagem da história dos Estados Unidos. Ele levanta e corre em direção ao policial Laurence Powell, que o ataca com um cassetete.

Rodney King cai e entre 18 e 51, leva cacetadas de Powell e de Timothy Wind. Aos 55 segundos, Powell desfere um golpe que faz King rolar e ficar de bruços. Dez segundos depois, o terceiro agente, Ted Briseno, pisa do alto das costas da vítima.

Dois segundos depois, Powell e Wind voltam a dar cacetadas, e Wind chuta o pescoço de King quatro vezes. Aos 89 segundos, depois de 56 cacetadas, ele põe as mãos nas costas e é algemado. O sargento Stacey Koon, o oficial responsável, não fez nada para impedir a agressão.

Uma ambulância o leva para o hospital com uma perna quebrada, várias fraturas no rosto, hematomas e contusões. Sem saber que haviam sido filmados, os policiais declaram em relatório que não usaram muita força e que o preso sofreu apenas cortes e lesões "de menor natureza".

Quando os policiais são absolvidos por um júri popular em Simi Valley, no condado de Ventura, há uma explosão de violência. Em dias 60 pessoas são mortas e 2 mil saem feridas. Os danos à propriedade chegam a US$ 1 bilhão, nos distúrbios mais destrutivos do século 20 nos EUA.

Em 1º de maio, o presidente George W. Bush manda tropas federais e policiais especializados na contenção de distúrbios para acalmar a situação.

Os policiais são processados de novo pela Justiça Federal por violar os direitos de King ao empregar força irrazoável. Koon e Powell são condenados a dois anos e meio de prisão. Na Justiça Civil, King recebe US$ 3,8 milhões em ação contra o Departamento de Polícia de Los Angeles.

Rússia enfrenta resistência e deve intensificar a guerra

 A invasão da Ucrânia não está sendo fácil como esperava o ditador Vladimir Putin. Talvez ele apostasse na fuga ou renúncia do presidente Volodymyr Zelensky para tomar logo o poder em Kiev. Terá de intensificar a ofensiva, com risco de reação negativa dentro da Rússia.

A Rússia tomou a primeira cidade ucraniana importante, Kherson, que fica perto da Crimeia, anexada ilegalmente por Putin em 2014, e do porto de Odessa, o mais importante da Ucrânia. Depois de intenso bombardeio aéreo, há a expectativa de que os russos lancem uma ação terrestre para ocupar Carcóvia, a segunda maior cidade do país.

De Carcóvia, no Leste, e Kherson, no Sul, as forças russas devem marchar para Kiev, para onde se dirige um comboio de 60 quilômetros vindo do Norte com tanques, blindados, lançadores de foguetes e caminhões de transporte, provavelmente para cercar a capital ucraniana. Fica aberto o flanco no Oeste, por onde os países aliados da Ucrânia terão de enviar armas e munições enquanto puderem.

A Rússia revelou que 498 soldados morreram e 1.597 saíram feridos. Mais de 2 mil civis teriam sido mortos. Um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia.

Nesta quinta-feira, a Rússia e a Ucrânia retomam as negociações de cessar-fogo na Bielorrússia, mas as posições parecem distantes e inconciliáveis. A China quer mediar as negociações de paz, preocupada com o impacto das sanções aplicadas pelos EUA à economia internacional. Meu comentário:

quarta-feira, 2 de março de 2022

Brasil ultrapassa a marca de 650 mil mortes na pandemia

 Com mais 335 mortes e 29.841 diagnósticos positivos da doença do coronavírus de 2019 notificados nesta quarta-feira, o Brasil chegou a 28.839.306 casos confirmados e 650.052 vidas perdidas na pandemia.

A média diária de mortes dos últimos sete dias caiu 39% em duas semanas para 509. A média de casos novos baixou 57% para 50.543 por dia, mas este número deve ser visto com cautela por causa da subnotificação durante o Carnaval. Daqui a duas semanas, será possível avaliar o aumento do contágio durante a festa.

No mundo, já são 439.955.423 casos confirmados e 5.972.249 mortes. Mais de 373 milhões de pacientes se recuperaram, cerca de 60,9 milhões têm casos assintomáticos, leves ou médios e 75.859 estão em estado grave.

Na semana passada, de 21 a 27 de fevereiro, o número de casos novos no mundo recuou 16% para 10.776.582, enquanto as mortes baixaram 10% para 60.155, informou o boletim epidemiológico semanal da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Os maiores números de casos novos foram na Alemanha, na Coreia do Sul, na Rússia, na Turquia e no Brasil. Houve mais mortes nos Estados Unidos, na Rússia, no Brasil, no México e na Turquia.

Mais de 10,78 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo. Mais de 4,94 bilhões de pessoas (62,7% da população mundial) tomaram ao menos uma dose, mas só 12,9% nos países pobres. Mais de 57% completaram a vacinação e 18% receberam a dose extra. 

O Brasil deu a primeira dose 172,7 milhões de pessoas, 155,3 milhões completaram a vacinação e 64,8 milhões tomaram a dose de reforço. 

Hoje na História do Mundo: 2 de Março

CHINA x URSS

    Em 1969, soldados da União Soviética e da República Popular da China trocam tiros na fronteira ao longo do Rio Ussuri, confirmando um cisma entre as duas grandes potências comunistas, o que continuaria até o fim da Guerra Fria, do que se aproveitaram os Estados Unidos para se reaproximar da China e fazer a détente com a URSS, com viagens do assessor de Segurança Nacional, Henry Kissinger, e do presidente Richard Nixon. 

terça-feira, 1 de março de 2022

Biden acusa Putin de "ataque premeditado e totalmente não provocado"

 Em seu primeiro Discurso sobre o Estado da União, a prestação anual de contas do presidente ao Congresso dos Estados Unidos, Joe Biden acusou terça-feira à noite o ditador da Rússia, Vladimir Putin, de começar uma guerra ao invadir a Ucrânia e afirmou que "a liberdade sempre triunfa sobre a tirania".

"Seis dias atrás, a Rússia de Vladimir Putin tentou abalar os alicerces do mundo livre pensando que poderia dobrá-lo com suas ameaças. Mas cometeu um sério erro de cálculo. Pensou que poderia entrar na Ucrânia e que o mundo deixaria. Em vez disso, encontrou uma muralha de resistência que não esperava: o povo ucraniano", declarou Biden.

"Do presidente [Volodymyr] Zelensky a cada ucraniano, seu destemor, sua coragem e sua determinação inspiram o mundo", elogiou. "Na sua luta, como o presidente Zelensky disse em seu discurso ao Parlamento Europeu, 'a luz vai vencer as trevas'."

"Quando ditadores não pagam o preço por sua agressão, causam mais caos. Continuam avançando. E os custos para o mundo e os EUA aumentam. Por isso a OTAN (Organização do Atlântico Norte) foi criada, para garantir a paz e a segurança da Europa depois da Segunda Guerra Mundial", na verdade, para conter a União Soviética durante a Guerra Fria.

"O último ataque de Putin à Ucrânia foi premeditado e não provocado. Ele rejeitou diversos esforços diplomáticos. Pensou que o Ocidente e a OTAN não iriam responder. E pensou que ia nos dividir em casa Putin errou", asseverou o presidente dos EUA. 

O resultado foi o oposto do que pretendia Putin: a OTAN e outros aliados dos EUA se uniram para impor sanções à Rússia e o nacionalismo ucraniano se fortaleceu. 

Biden acusou Putin de mentir ao justificar a guerra. Não mencionou que Putin citou a invasão do Iraque pelos EUA sob o falso argumento de que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, em 2003, para alegar que a Rússia tem o direito de fazer o mesmo. Os EUA violaram o direito internacional e criaram um precedente.

GUERRA ECONÔMICA

Outros 33 países, além dos EUA, aplicaram sanções poderosas à Rússia: os 27 da União Europeia, o Reino Unido, a Suíça, o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.

O presidente norte-americano citou as sanções financeiras e tecnológicas à Rússia. É uma guerra econômica, possivelmente uma das razões que levaram Putin a colocar as forças nucleares em estado de alerta. Para contra-atacar, a Rússia tem a guerra cibernética e as armas atômicas. Mas parece um blefe de Putin para esconder sua própria fraqueza ao não conseguir tomar Kiev.

"Estamos tirando os maiores bancos da Rússia do sistema financeiro internacional, evitando que o Banco Central da Rússia possa defender o rublo usando o 'fundo de guerra' de US$ 630 bilhões", descreveu Biden. Falava das reservas cambiais da Rússia em moeda forte, no valor de US$ 643 bilhões, que o governo russo não consegue movimentar.

"Estamos cortando o acesso da Rússia à tecnologia que vai minar seu poder econômico e enfraquecer suas Forças Armadas por anos", previu o presidente norte-americano. 

A seguir, dirigiu suas baterias contra os bilionários amigos do ditador russo: "O Departamento da Justiça dos EUA está formando uma força-tarefa para ir atrás dos crimes dos oligarcas russos e nos unimos aos aliados europeus para confiscar seus iates, apartamentos de luxo e jatinhos particulares."

Sob o impacto das sanções, o rublo caiu 30% e a Bolsa de Moscou, 40%. Enquanto isso, os EUA dão uma ajuda de US$ 1 bilhão à Ucrânia e vão fechar o espaço aéreo a aviões e companhias aéreas da Rússia.

Se os EUA não vão enviar soldados à Ucrânia para não entrar diretamente numa guerra com a Rússia, que poderia virar uma guerra nuclear, estão enviando armas à Ucrânia e reforçando aliados da OTAN que têm fronteira com a Rússia, como Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia.

"Na batalha entre democracia e autocracia, as democracias estão se erguendo e o mundo escolhe claramente o lado da paz e da segurança", continuou. "Putin pode cercar Kiev com tanques, mas nunca vai conquistar os corações e as mentes dos ucranianos."

Os EUA e outros 30 países vão usar as reservas estratégicas de petróleo para tentar reduzir o preço dos combustíveis, anunciou Biden. Está preocupado com o impacto da inflação e do valor da gasolina nas eleições parlamentares do meio de seu mandato, em novembro. Com a popularidade baixa e aprovação de 41%, o governo deve perder as maiorias escassas na Câmara e no Senado.

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA

Em seguida, o presidente passou para a política interna e aí acabou o consenso na plateia de deputados e senadores. Defendeu seu plano de recuperação da economia, de US$ 2 trilhões. Mencionou os 6,5 milhões de empregos gerados no ano passado, devidos principalmente à retomada pós-recessão da pandemia e a recuperação da infraestrutura. Prometeu banda larga de alta velocidade, num total de mais de 4 mil projetos e da recuperação de mais de 100 mil quilômetros de estradas e de 1,5 mil pontes.

"A vice-presidente Kamala Harris e eu concorremos à Presidência com uma nova visão econômica para os EUA: investir nos EUA, educar os norte-americanos, aumentar a força de trabalho, construir uma economia de baixo para cima e não de cima para baixo", enfatizou Biden.

Assim, pretendem preparar o país para competir com a China. "Comprem produtos norte-americanos para sustentar empregos norte-americano", conclamou o presidente, com um discurso protecionista de resgate da indústria dos EUA. Como exemplo, destacou uma fábrica da Intel em Ohio de US$ 20 bilhões "que vai criar 10 mil empregos e fazer microchips do tamanho de uma unha". 

O investimento pode chegar a US$ 100 bilhões para acabar com a escassez que quase paralisou a indústria automobilística mundial.

"A Ford está investindo US$ 11 bilhões no carro elétrico, com criação de 11 mil empregos no país, e a GM o maior investimento de sua história, de US$ 7 bilhões, em carros elétricos, gerando 4 mil empregos em Michigan", acrescentou.

Biden admitiu que a inflação é a maior preocupação dos norte-americanos. Atribuiu o problema à pandemia, ao preço dos automóveis, à escassez de microchips e ao desarranjo das cadeias de suprimentos.

Havia personagens do discurso na plateia, como o diretor-executivo da Intel e Joshua Davis, um menino diabético de 13 anos. Biden prometeu baixar o preço da insulina para US$ 35 por mês para 200 mil norte-americanos que precisam do medicamento.

Biden reiterou uma promessa de campanha. "Ninguém que ganhe menos de U$ 400 mil por ano vai pagar um centavo a mais de impostos", mas prometeu que os ricos vão pagar sua "alíquota justa". "No ano passado, 50 grandes empresas lucraram U$ 40 bilhões de nã pagaram um dólar em impostos federais." Ele prometeu reduzir os custos de medicamentos, energia elétrica e cuidado infantil para as classes média e baixa. 

Numa crítica ao presidente Donald Trump, responsabilizou os cortes de impostos para os ricos e as grandes empresas no governo anterior, no valor de US$ 2 bilhões, pelo aumento a dívida pública mesmo antes da pandemia. Com a covid-19, os fretes marítimos subiram até 1.000%. Biden quer investigar as empresas por abuso de poder econômico numa hora de crise.

DECLÍNIO DA PANDEMIA

Também festejou a melhora da situação da pandemia, que não tinha níveis de contágio e mortes tão baixas desde julho do ano passado. Por orientação do CDC, a maioria dos norte-americanos não precisam mais usar máscaras. Ele elogiou as vacinas, argumentou que ninguém comprou mais medicamentos do que ele. Prometeu testes e medicamentos para todos, e sequenciamento genético para detectar novas variantes.

As escolas e as repartições federais estão voltando ao normal. Com 70% dos EUA vacinados e hospitalização em queda, as crianças podem ir à escola sem máscaras.

Para vencer a pandemia, o governo Biden oferece máscaras, testes, vacinas e tratamento grátis, e colabora com a vacinação do resto do mundo. Os EUA enviaram 475 milhões de doses para 112 países, revelou Biden.

VIOLÊNCIA POLICIAL

O governo Biden quer US$ 350 bilhões para as cidades e estados contratarem mais policiais. Depois do assassinato de George Floyd, em 25 de maio de 2020, que provocou protestos no mundo inteiro contra o racismo e a violência racial, houve movimentos para cortar a verba e até acabar com alguns departamentos de polícia. 

"A resposta é financiar a polícia, com recursos e treinamento." Aí, os republicanos também aplaudem. Acusavam Biden de cortar o dinheiro para as polícias. Ele incluiu a afirmação para desarmar a oposição, que aplaudiu.

Contra a violência policial, o Departamento da Justiça tomou medidas como uso obrigatório de câmeras pelos policiais, proibiu golpes como sufocamento e mata-leão e restringiu mandados de busca em que a polícia entra arrombando a porta.

Depois de agradecer ao ministro Stephen Breyer, que está se aposentando da Suprema Corte e estava no Congresso, e elogiou sua indicada, Ketanji Brown Jackson, que deve ser a primeira juíza negra no supremo tribunal norte-americano.

ABORTO, DROGAS E DOENÇAS MENTAIS

Outro tema delicado é segurança de fronteiras e imigração ilegal. A proposta é usar alta tecnologia na fronteira, especialmente para detectar o tráfico de drogas, e criar caminhos para facilitar a naturalização dos sonhadores, que entraram ilegalmente no país quando eram menores de idade e correm risco de deportação.

Nas questões de costumes, Biden defendeu o direito ao aborto, que pode ser anulado pela Suprema Corte, os direitos das mulheres e a Lei da Igualdade para proteger os direitos de LGBTQ+. O presidente criticou leis estaduais contra os transgêneros.

As drogas são outro problema sério dos EUA. Mais de 100 mil pessoas morreram em um ano, durante a pandemia, por excesso de drogas, especialmente do fentanil, um opiáceo muito mais poderoso do que a heroína. Além de controlar as drogas ilícitas, a ideia de Biden é investir no tratamento. Há 23 milhões de norte-americanos "em recuperação".

Cada vez mais, as doenças mentais deixam de ser tabu. "As redes sociais precisam ser responsabilizadas pelo que fazem com as crianças, com assuntos dirigidos, coletando dados sobre nossas crianças", propôs Biden.

"Os veteranos de guerra são o que temos de melhor", observou o presidente, prometendo habitação, retreinamento profissional e tratamento médico. Muitos tiveram contato com materiais tóxicos perigosos, correm risco de cânceres e outras doenças. Lembrou o filho Bo Biden, que serviu nas guerras do Kossovo e do Iraque, e morreu de câncer no cérebro.

"Vamos acabar com o câncer como conhecemos. Isto é pessoal. Muitos de vocês perderam pessoas queridas. O câncer é a segunda causa de morte nos EUA, depois de doenças cardíacas. Queremos reduzir a mortalidade por câncer em 50% nos próximos 25 anos, tornar mais cânceres de sentenças de morte em doenças curáveis", desafiou.

Terminou prometendo defender a liberdade e "salvar a democracia". A guerra sempre costuma fortalecer o comandante em chefe internamente. Une o país tão dividido. Resta ver se aumenta a popularidade de Biden. Se o preço da gasolina aumentar na bomba, uma guerra na Ucrânia, que a maioria dos norte-americanos não sabe onde fica, talvez não ajude muito.

De acordo com pesquisa da CNN dos EUA, 71% dos norte-americanos aprovaram o discurso de Biden.

Hoje na História do Mundo: 1º de Março

CAÇA ÀS BRUXAS

    Em 1692, Sarah Goode, Sarah Osbornee e Tituba, uma escrava de Barbados, são acusadas de bruxaria na vila de Salém, na Colônia da Baía de Massachusetts. No mesmo dia, Tituba, provavelmente sob tortura confessa o crime, o que levou as autoridades a iniciar uma caça às feiticeiras de Salém.

O problema começou um mês antes, quando Elizabeth Parris, de 9 anos, e Abigail Williams, de 11 anos, filha e sobrinha do reverendo Samuel Parris, começam a sofrer distúrbios e doenças misteriosas. Um médico atribui os problemas a bruxaria.

Sob pressão dos adultos, as duas crianças e outros residentes de Salém acusam mais de 150 homens e mulheres de práticas satânicas.

Putin já perdeu a Guerra da Ucrânia

 O ditador Vladimir Putin pode até vencer militarmente a Guerra da Ucrânia. Deve ganhar, dada a superioridade das Forças Armadas da Rússia. Mas já perdeu politicamente. 

O resultado é o oposto do que ele queria: a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e o nacionalismo ucraniano saem fortalecidos. Meu comentário: