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domingo, 13 de novembro de 2022

Retirada de Kherson é terceira grande derrota russa na Ucrânia

 Um mês e meio depois de ser declarada território da Rússia a ser defendido com armas nucleares, o Exército da Ucrânia retomou a cidade de Kherson sem enfrentar qualquer oposição. É mais uma humilhação para o ditador Vladimir Putin.

O ditador fez o discurso triunfal da anexação, mas encarregou o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e o comandante militar russo, Serguei Surovikin, de dar a má notícia. A Rússia está perdendo a guerra que esperava ganhar em uma semana e as perspectivas são cada vez piores. Meu comentário:

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Putin anexa 15% da Ucrânia e reduz chance de paz

 Diante de derrotas das forças da Rússia no campo de batalha, o ditador Vladimir Putin dobrou a aposta. Depois de plebiscitos forjados realizados de 23 a 27 de setembro, anexou hoje quatro regiões parcialmente ocupadas (Lugansk, Donetsk, Zaporíjia e Kherson) que representam 15% do território da Ucrânia e voltou a ameaçar com o uso de armas nucleares para defender os territórios ocupados. 

Enquanto elimina na prática as chances de negociações de paz, propôs um cessar-fogo que a Ucrânia e o resto do mundo não tem como aceitar. A guerra entra no momento mais perigoso. O presidente Volodymyr Zelensky declarou que não negocia com Putin, só com o próximo líder russo e pediu oficialmente a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Depois de sete meses, Putin quer acabar logo com a guerra que chama de operação militar especial e está perdendo. Pretendia vencer em uma semana. Está atolado até hoje, com estimativa de 80 mil soldados russos mortos ou feridos. Em setembro, a Ucrânia recuperou 10 mil quilômetros quadrados de território.

Sob pressão, criticado até mesmo por líderes autoritários como os ditadores da China, Xi Jinping, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, Putin acelerou a realização dos plebiscitos e ordenou uma mobilização parcial. O Ministério da Defesa russo convocou 300 mil reservistas. 

Há uma fuga em massa de jovens russos de carro e de avião. Isso cria a ameaça de uma revolta interna na Rússia. Além da crescente oposição à guerra, quem é a favor, os ultranacionalistas, estão furiosos com a incompetência na condução da guerra.

Em discurso triunfalista no Salão São Jorge do Grande Palácio do Kremlim, depois de assinar os “tratados de adesão”, Putin afirmou que a anexação foi uma exigência das populações locais de origem russa com base no princípio de autodeterminação dos povos. 

O ditador citou “laços históricos” e um “destino comum”, argumentos que usa para alegar que a Ucrânia é parte da Rússia e nunca foi um país independente. 

Como o primeiro documento da história da Rússia é uma carta do príncipe Vladimir, em 988, adotando o cristianismo como religião oficial do Principado de Kiev num acordo com o Império Bizantino, a Rússia nasceu em Kiev, que Putin chama de “mãe de todas as cidades russas”.

Se a Rússia nasceu em Kiev e Kiev é a capital da Ucrânia, a Ucrânia é parte da Rússia. Hoje a Rússia Kievana é considerada o primeiro estado russo, fundado por vikings no século 9, durou até a invasão Mongol, em 1240, quando Kiev é arrasada. No seu momento de maior extensão, a Rússia Kievana ia do Mar Báltico ao Mar Negro.

Mas Kiev é uma das cidades mais antigas da Europa Oriental. Era um centro comercial no século 5. Teve mais de mil anos de independência da Rússia até o acordo dos cossacos da Ucrânia, que lutavam contra a Comunidade Polaco-Lituana, fizeram o Acordo da Pereslávia em 1654, pedindo proteção ao czar Aleixo I.

A Ucrânia se torna independente depois da Revolução Russa de 1917, mas os bolcheviques tomam o poder, transformam o país numa república soviética. Putin chegou a dizer que a Ucrânia é uma invenção de Vladimir Lenin e Josef Stalin, quando fundaram a União Soviética, em 1922.

Ele prometeu defender as regiões conquistadas numa guerra de agressão “com todos os meios disponíveis”, uma maneira indireta de falar em armas nucleares. Em seguida, foi à festa na Praça Vermelha.

É uma farsa. A Rússia anexou ilegalmente em março de 2014 a Península da Crimeia, um mês depois da queda do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado de Moscou. Em 6 de abril, daquele começou uma guerra no Leste da Ucrânia insuflada pelo Kremlin. Não havia movimento separatista. É obra de Putin.

Em 2014, os rebeldes aliados de Moscou declaram a independência das províncias de Donetsk e Lugansk. Nos Acordos de Minsk, em 2015, a Rússia negociou com a Alemanha, a França e a Ucrânia a devolução dos territórios à soberania ucraniana em troca de garantias de ampla autonomia.

Três dias antes do início da guerra, Putin reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk. E agora, ou só agora, foram anexadas à Rússia, antes que a contraofensiva da Ucrânia retome grandes áreas da região de Donbass, a bacia do Rio Dom.

Para justificar o fracasso, o ditador russo declara estar combatendo os Estados Unidos e seus aliados, que acusa de querer humilhar, dividir e destruir a Rússia. É um delírio paranoico de um líder armado com bombas atômicas.

Se em 2014, a resposta da sociedade internacional foi com sanções que não abalaram o Kremlin, desta vez, reforça a determinação dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Europeia (UE) e aliados de manter a frente unida de apoio à Ucrânia e rejeitar a anexação dos territórios conquistados em guerra, o que viola a Carta das Nações Unidas. Os EUA e a UE anunciaram novas sanções à Rússia.

A Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando a anexação. Dez países (EUA, Albânia, Emirados Árabes Unidos, França, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido) votaram a favor e quatro se abstiveram (Brasil, China, Índia e Gabão).

Os plebiscitos foram totalmente ilegais e ilegítimos, convocados em cima da hora, sem tempo para campanha, em zonas ocupadas militarmente. Os ucranianos votaram sob a mira de metralhadoras. Os soldados russos foram de casa em casa. 

Nos plebiscitos de Putin, os votos não são secretos. As cédulas tinham o tamanho de uma folha de papel de ofício. Foram colocadas em urnas transparentes. Os resultados falsificados tiveram em média 87% de votos pela anexação e 99% em Donetsk, o que lembra as eleições forjadas da União Soviética.

Para o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, Jens Stoltenberg, “é a maior escalada no conflito desde o início da guerra”

Na opinião do historiador e cientista político britânico Anatol Lieven, professor do King’s College de Londres e diretor do Quincy Institute for Responsible Statecraft, há “um fracasso total da estratégia russa na Ucrânia desde a invasão de 24 de fevereiro.” 

Lieven acredita que a convocação dos reservistas demorou porque é uma confissão do fracasso e de que a operação militar especial é uma guerra em grande escala. Uma derrota pode derrubar Putin.

“Se a Ucrânia expulsar a Rússia de Kherson e de grandes áreas de Donbass, a sobrevivência de Putin no poder estará em questão”, prevê o professor britânico.

Ao anexar partes da Ucrânia, o cientista político entende que o ditador russo “abandonou qualquer esperança de paz e está pronto para lutar indefinidamente” porque “esta anexação nunca será aceita pela Ucrânia, pelo Ocidente ou ser parte de qualquer acordo”.

Neste caso, a perspectiva é de uma guerra longa, de anos, ou várias guerras entremeadas por períodos de cessar-fogo sem que se chegue a um acordo de paz definitivo. Anatol Lieven compara com o que acontece há 75 anos na região da Caxemira, disputada entre a Índia e o Paquistão.

Diante de recentes declarações do presidente Joe Biden de que os EUA defenderão Taiwan se a China atacar a ilha que considera uma província rebelde, a China não vai abandonar Putin. Deve aumentar a ajuda militar e financeira à Rússia.

Mas o risco de um golpe contra Putin é cada vez maior, observa Anatol Lieven. Não seria necessariamente violento. Uma comissão de figurões da elite russa iriam ao Kremlin e ofereceriam garantias de imunidade contra processos e confisco de propriedades. Putin iria para sua dacha e teria uma vida tranquila longe dos holofotes, a exemplo do que aconteceu com o líder soviético Nikita Kruschev.

Em troca, os golpistas russos precisariam negociar com o Ocidente a normalização das relações. Uma Rússia enfraquecida econômica e militarmente pode ser mais perigosa porque vai continuar tendo armas nucleares. Lieven compara com a República de Weimar, que governou a Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial até a ascensão do nazismo, em 1933, sob os fantasmas da rendição e da humilhação nacional.

O resultado, na Alemanha, foi Adolf Hitler e a Segunda Guerra Mundial. Agora, mesmo com a queda de Putin, poderia ser um endurecimento da guerra e sua ampliação além das fronteiras da Ucrânia.

A Guerra da Ucrânia ressuscitou os fantasmas da guerra nuclear e de uma Terceira Guerra Mundial. Meu comentário:

quinta-feira, 3 de março de 2022

Rússia enfrenta resistência e deve intensificar a guerra

 A invasão da Ucrânia não está sendo fácil como esperava o ditador Vladimir Putin. Talvez ele apostasse na fuga ou renúncia do presidente Volodymyr Zelensky para tomar logo o poder em Kiev. Terá de intensificar a ofensiva, com risco de reação negativa dentro da Rússia.

A Rússia tomou a primeira cidade ucraniana importante, Kherson, que fica perto da Crimeia, anexada ilegalmente por Putin em 2014, e do porto de Odessa, o mais importante da Ucrânia. Depois de intenso bombardeio aéreo, há a expectativa de que os russos lancem uma ação terrestre para ocupar Carcóvia, a segunda maior cidade do país.

De Carcóvia, no Leste, e Kherson, no Sul, as forças russas devem marchar para Kiev, para onde se dirige um comboio de 60 quilômetros vindo do Norte com tanques, blindados, lançadores de foguetes e caminhões de transporte, provavelmente para cercar a capital ucraniana. Fica aberto o flanco no Oeste, por onde os países aliados da Ucrânia terão de enviar armas e munições enquanto puderem.

A Rússia revelou que 498 soldados morreram e 1.597 saíram feridos. Mais de 2 mil civis teriam sido mortos. Um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia.

Nesta quinta-feira, a Rússia e a Ucrânia retomam as negociações de cessar-fogo na Bielorrússia, mas as posições parecem distantes e inconciliáveis. A China quer mediar as negociações de paz, preocupada com o impacto das sanções aplicadas pelos EUA à economia internacional. Meu comentário:

sábado, 15 de março de 2014

Rússia invade outra região da Ucrânia

O governo interino da Ucrânia denunciou hoje a entrada de tropas russas na região de Kherson e declarou que "se reserva o direito de usar todas as medidas necessárias para deter a invasão", inclusive o uso da força. Pelo menos 80 soldados da Rússia desembarcaram de helicópteros numa pequena península.

Como houve mortes em confrontos entre ucranianos contra e a favor da Rússia, e o Kremlin afirma ter recebido vários pedidos de ajuda de russos na Ucrânia, tem uma justificativa para intervenções militares em outras regiões da ex-república soviética.

Amanhã, a república autônoma da Crimeia faz um plebiscito sob a mira das armas russas para decidir entre maior autonomia dentro da Ucrânia ou anexação à Federação Russa.