quinta-feira, 5 de junho de 2025

Hoje na História do Mundo: 5 de Junho

 EUA DEIXAM PADRÃO-OURO

     Em 1933, durante a Grande Depressão (1929-39), o presidente Franklin Delano Roosevelt retira os Estados Unidos do padrão-ouro.

O padrão-ouro é um sistema no qual a moeda de um país é lastreada por ouro e tem cotação fixa em ouro. O país precisa ter ouro para emitir moeda. A qualquer momento, a moeda pode ser trocada por ouro. Nos EUA, acaba quando o Congresso aprova uma resolução que extingue o direito dos credores de exigir pagamento em ouro.

Roosevelt é eleito em 1932, no auge da Grande Depressão (1929-39), a crise deflagrada pelo colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 28 de outubro de 1929, com queda de 13% num dia. Erros de política econômica como o aumento do protecionismo agravam a situação. O índice de desemprego chega a 25%.

No discurso de posse, em 4 de março de 1933, o novo presidente declara: "Não temos nada a temer, a não ser o próprio medo." Ele anuncia uma série de medidas num plano de 100 dias para recuperar a confiança dos norte-americano em si mesmos e cria a Previdência Social. 

É o início do Estado do bem-estar social, que é atacado pelo Partido Republicano e o neoliberalismo, especialmente a partir da eleição do presidente Ronald Reagan (1981-89) em 1980.

Em 20 de abril de 1933, Roosevelt pede ao Congresso o fim do padrão-ouro.

PLANO MARSHALL

    Em 1947, em discurso na Universidade de Harvard, em Cambridge, no estado de Massachusetts, o secretário de Estado norte-americano, George Marshall, lança o Plano Marshall, um programa de recuperação da Europa depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) financiado pelos Estados Unidos no início da Guerra Fria.

O objetivo é fortalecer as economias capitalistas aliadas dos EUA e reduzir a atratividade dos partidos comunistas no início da Guerra Fria, a grande confrontação estratégica, política, ideológica, econômica, científica, tecnológica e cultural com a União Soviética.

Marshall defende a ajuda dos EUA à Europa e pede aos países europeus que façam um plano no discurso em Harvard. A França e o Reino Unido convidam os países do continente para uma reunião em Paris. A URSS boicota o encontro e pressiona a Hungria, a Tcheco-Eslováquia e a Polônia a fazer o mesmo.

O Congresso dos EUA aprova a proposta do Comitê de Cooperação Econômica da Europa em 2 de abril de 1948.

Durante quatro anos (1948-51), o Programa de Recuperação da Europa distribui US$ 13,4 bilhões (US$ 115 bilhões pela cotação de 2020) em ajuda direta e empréstimos a 18 países, inclusive Alemanha Ocidental, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Suécia. Seus produtos internos brutos subiram de 15% a 25%.

Em  resposta ao Plano Marshall, em 1949, a URSS cria o Conselho de Assistência Econômica Mútua (Comecon) com a Alemanha Oriental, a Bulgária, a Hungria, a Polônia, a Romênia e a Tcheco-Eslováquia. 

GUERRA DOS SEIS DIAS

   Em 1967, Israel toma a iniciativa na Guerra dos Seis Dias bombardeando e destruindo 400 a 500 aviões das forças aéreas dos países árabes em terra.

Quando o Estado de Israel é fundado, em 14 de maio de 1948, os países árabes não aceitam e atacam o novo país no dia seguinte. Israel vence a Guerra da Independência (1948-49), a Primeira Guerra Árabe-Israelense, mas o conflito não acaba até hoje.

Em 26 de julho de 1956, o ditador egípcio, Gamal Abdel Nasser, nacionaliza o Canal de Suez. Israel, o Reino Unido e a França invadem o Egito, na Segunda Guerra Árabe-Israelense, para retomar o canal e depor Nasser.

Os Estados Unidos, a União Soviética e as Nações Unidas pressionam os países invasores a se retirar. O presidente norte-americano Dwight Eisenhower teme a intervenção soviética no conflito contra seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que colocaria as duas superpotências em guerra.

Washington retira o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) à França e o Reino Unido, que ainda sofrem o impacto econômico da Segunda Guerra Mundial (1939-45). Nasser sai mais forte.

Os invasores afundam 40 navios para bloquear o canal, mas são forçados a se retirar. Suez fica fechado de outubro de 1956 e março de 1957. Israel conquista o direito de navegação pelo Estreito de Tiran, fechado pelo Egito para navios israelenses desde a guerra de 1948.

Israel adverte o Egito de que vai à guerra se o estreito for fechado de novo. Em maio de 1967, Nasser ameaça fechar e mobiliza as Forças Armadas. Quando o ditador egípcio pede a retirada da Força de Emergência das Nações Unidas que garantia a paz na região, Israel entende que é uma preparação final para a guerra e decide atacar primeiro, surpreendendo os inimigos árabes.

Com superioridade aérea, Israel derrota os inimigos e ocupa a Península do Sinai e a Faixa de Gaza, que pertenciam ao Egito; a Cisjordânia, inclusive o Leste de Jerusalém, da Jordânia; e as Colinas do Golã, da Síria.

É a mais rápida e decisiva vitória de Israel, mas é uma guerra que não termina até hoje. Em 1977, depois da derrota na Guerra do Yom Kippur (1973), a maior empreitada militar árabe da era moderna, o líder egípcio Anuar Sadat se afasta dos EUA e assina um acordo de paz paz com Israel dois anos depois para recuperar o Sinai. 

O movimento nacional palestino sonha em criar um país independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O processo de paz está estagnado desde 2014. Israel se retira em 2005 da Faixa de Gaza, dominada desde 2007 pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o que leva a várias guerras com Israel, mas amplia pouco a pouco a colonização da Cisjordânia para criar uma política de fato consumado.

A guerra atual é resultado da estagnação no processo de paz. Ao mesmo tempo, cria a oportunidade de um acordo de paz definitivo com a criação de um Estado Nacional para o povo palestino, mas o governo de extrema direita de Bibi Netanyahu não aceita.

BOB KENNEDY BALEADO

     Em 1968, o palestino Sirhan Bishara Sirhan baleia mortalmente o senador Robert Fitzgerald Kennedy, que acaba de ganhar a eleição primária da Califórnia e de garantir a candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos naquele ano.

Bob Kennedy morre no dia seguinte. Era herdeiro político do irmão, o presidente John Fitzgerald Kennedy, assassinado em 22 de novembro de 1963 em Dallas, no Texas.

Como ministro da Justiça do governo JFK e membro do gabinete de guerra durante a Crise dos Mísseis em Cuba, em outubro de 1962, Bob Kennedy é uma das pombas que evitam um conflito capaz de levar a uma guerra nuclear com a União Soviética.

1968 é um ano sangrento na política dos EUA, marcado por ofensivas dos vietcongues na Guerra do Vietnã e violência política no país. O pastor Martin Luther King Jr., maior ativista dos direitos civis dos negros, é morto em 4 de abril em Memphis, no Tennessee, quando Bob Kennedy faz um discurso pregando a paz e a reconciliação.

PRIMEIRO RELATÓRIO SOBRE AIDS

    Em 1981, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos publica o primeiro relatório científico sobre a síndrome de deficiência imunológica adquirida (aids). Descreve cinco casos de uma infecção pulmonar complicada em pacientes gays de Los Angeles sem outros problemas de saúde.

Os primeiros casos da doença depois identificada como aids acontecem nos EUA, no Haiti e na África Central em 1977. Em 1980, o jornal The New York Times reporta que uma nova doença inicialmente descrita como um câncer raro está matando gays nova-iorquinos como moscas. Depois, descobre-se que a doença transmitida sexualmente também atinge mulheres.

Desde o início da pandemia, 84,2 milhões de pessoas pegam o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e 40,1 milhões morrem. O uso de preservativos, as camisas de vênus ou camisinhas, nas relações sexuais, é a melhor maneira de evitar o contágio. Com o uso de medicamentos antirretrovirais, a doença deixa de ser uma morte certa. Em 2021, 38,4 milhões de pessoas viviam com o HIV; 54% eram meninas e mulheres.

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