quinta-feira, 12 de junho de 2025

Força Aérea de Israel ataca o programa nuclear do Irã

 A Força Aérea de Israel (FAI) confirmou há pouco que está bombardeando o programa nuclear, fábricas e bases de lançamento de mísseis, defesas antiaéreas e comandantes militares do Irã. Foram seis ondas de ataque. Os alarmes antiaéreos soam em todo o Estado de Israel como advertência para a resposta iraniana. Todos os voos de e para Israel estão suspensos. O espaço aéreo está fechado. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está reunido com o gabinete de guerra. Os preços do barril de petróleo subiram quase 9% para cerca de US$ 75.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, descreveu o ataque como "preemptivo", para evitar que o Irã faça a bomba atômica. A Operação Leão se Levanta deve durar vários dias. No final, "não haverá ameaça nuclear" do Irã, declararam oficiais militares de Israel. "Temos uma oportunidade estratégica. Chegamos a um ponto sem volta e não tínhamos escolha a não ser agir agora."

Em nota oficial, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram o início de "um ataque preemptivo e preciso" contra o Irã "com o objetivo de destruir o programa nuclear iraniano e em resposta à contínua agressão do regime iraniano contra Israel". Em meia hora, teriam destruído as defesas antiaéreas iranianas.

"Dezenas de aviões da Força Aérea de Israel completaram recentemente o golpe inicial, que incluiu dezenas de ataques contra alvos militares, inclusive locais ligados ao programa nuclear em várias regiões do Irã", acrescentou a nota. "O público deve seguir as instruções do Comando da Frente Interna das FDI ... e agir com calma e responsabilidade. As FDI e as autoridade relevantes estão preparadas para uma variada gama de hipóteses defensivas e ofensivas que podem ser necessárias."

"Há anos", continua a declaração, "o regime iraniano trava uma campanha direta e indireta de terror contra o Estado de Israel, financiando e dirigindo atividades terroristas através de seus aliados no Oriente Médio, enquanto avança para obter armas nucleares. O regime iraniano é a cabeça do eixo responsável por todos os ataques terroristas contra Israel desde o início da guerra", afirma o comando militar israelense.

"O regime iraniano proclama que seu objetivo é destruir o Estado de Israel. Altos funcionários do regime iraniano declararam a intenção de destruir Israel e operam neste sentido com seus aliados no Oriente Médio. Hoje, o Irã está mais perto do que nunca de obter uma arma nuclear. Armas de destruição em massa nas mãos do regime iraniano são uma ameaça existencial ao Estado de Israel e ao resto do mundo. O Estado de Israel não vai permitir que um regime cujo objetivo é destruir Israel obtenha armas nucleares", concluiu a nota.

Israel alega que o Irã tem urânio enriquecido para fabricar nove armas nucleares. Um dos principais alvos foi a Central Nuclear de Natanz, principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, o comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado da ditadura dos aiatolás, general Hossein Salami, o comandante da Defesa Aérea, general Ghulam  Ali Rashid, e dez cientistas nucleares iranianos, entre eles Fereydoun Abbasi-Davani e Mohammad Mehdi Tehranchi, foram mortos.

Em pronunciamento na televisão, o primeiro-ministro Netanyahu agradeceu o apoio dos Estados Unidos, mas o presidente Donald Trump avisou que não participaria do ataque, o que foi confirmado há pouco pelo secretário de Estado, Marco Rubio. Para tentar aliciar iranianos que são contra o regime, Netanyahu disse: "Nossa luta não é contra vocês. Nossa luta é contra a ditadura brutal que oprime vocês há 46 anos. Acredito que o dia da sua libertação está próximo. Quando isto acontecer, a grande amizade entre nossos povos vai voltar a florescer".

O xá Mohamed Reza Pahlevi, derrubado pela Revolução Islâmica em fevereiro de 1979, era aliado de Israel.

Na primeira reação oficial do Irã, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou com uma "punição severa": Israel vai enfrentar "um destino amargo e o doloroso", declarou o ditador iraniano através da Agência de Notícias República Islâmica (IRNA).

Israel "abriu sua mão cruel e manchada de sangue para cometer um crime contra nosso amado país, revelando mais do que nunca sua natureza perversa ao atacar áreas residenciais. Com este crime, o regime sionista "traçou para si um destino amargo e doloroso que definitivamente vai ter."

No ano passado, o Irã bombardeou Israel diretamente pela primeira vez e fez isso duas vezes. Israel contra-atacou destruindo as defesas antiaéreas iranianas, numa preparação ao ataque desta noite.

Ontem, o Irã ameaçou atacar as bases militares dos EUA, que tem 40 a 45 mil soldados no Oriente Médio num total de 64 instalações militares. Rubio advertiu a não fazer isso, sob pena de retaliação, e hoje declarou que os EUA não participaram dos bombardeios. Mas certamente vão participar da defesa de Israel quando o Irã responder. O secretário de Estado disse que a prioridade é proteger os militares norte-americanos.

Neste fim de semana, os EUA e o Irã fariam a sexta rodada de negociações para tentar desarmar o programa nuclear iraniano. Até agora, não havia avanços porque o governo Trump exigia o fim do processamento de urânio pela República Islâmica. Israel era contra a negociação, que hoje perdeu o sentido.

A questão agora é qual será a capacidade de retaliação do regime iraniano, que certamente está mais decidido do que nunca a fazer a bomba atômica. Israel afirma que não quer mudança de regime, mas como o Irã já desenvolveu a tecnologia só uma mudança de regime garantiria a segurança de Israel.

O Irã tem hoje 610 mil soldados nas Forças Armadas, 190 mil na Guarda Revolucionária, 350 mil reservistas e 90 mil membros da milícia Basij, que faz o jogo sujo do regime internamente, e mais de 3 mil mísseis. Mas não conseguir direito de passagem pelos países vizinhos para chegar a Israel por terra.

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