quinta-feira, 3 de março de 2022

Hoje na História do Mundo: 3 de Março

RACISMO POLICIAL

    Em 1991, a polícia de Los Angeles espanca o negro Rodney King, um condenado por roubo que está em liberdade condicional, depois de uma perseguição de 13 quilômetros de carro e helicóptero porque ele dirigia em velocidade excessiva, e a cena é gravada em vídeo.

Os policiais mandam King e dois amigos se deitar no chão. Os amigos obedecem, mas ele fica de quatro. Quando os agentes tentam forçá-lo, King resiste e leva dois tiros de armas de choque, que disparam dardos com potência de 50 mil volts.

Neste momento, da varanda de seu apartamento do outro lado da rua, George Holliday começa a gravar. O vídeo de um minuto e 29 segundos tornaria King num personagem da história dos Estados Unidos. Ele levanta e corre em direção ao policial Laurence Powell, que o ataca com um cassetete.

Rodney King cai e entre 18 e 51, leva cacetadas de Powell e de Timothy Wind. Aos 55 segundos, Powell desfere um golpe que faz King rolar e ficar de bruços. Dez segundos depois, o terceiro agente, Ted Briseno, pisa do alto das costas da vítima.

Dois segundos depois, Powell e Wind voltam a dar cacetadas, e Wind chuta o pescoço de King quatro vezes. Aos 89 segundos, depois de 56 cacetadas, ele põe as mãos nas costas e é algemado. O sargento Stacey Koon, o oficial responsável, não fez nada para impedir a agressão.

Uma ambulância o leva para o hospital com uma perna quebrada, várias fraturas no rosto, hematomas e contusões. Sem saber que haviam sido filmados, os policiais declaram em relatório que não usaram muita força e que o preso sofreu apenas cortes e lesões "de menor natureza".

Quando os policiais são absolvidos por um júri popular em Simi Valley, no condado de Ventura, há uma explosão de violência. Em dias 60 pessoas são mortas e 2 mil saem feridas. Os danos à propriedade chegam a US$ 1 bilhão, nos distúrbios mais destrutivos do século 20 nos EUA.

Em 1º de maio, o presidente George W. Bush manda tropas federais e policiais especializados na contenção de distúrbios para acalmar a situação.

Os policiais são processados de novo pela Justiça Federal por violar os direitos de King ao empregar força irrazoável. Koon e Powell são condenados a dois anos e meio de prisão. Na Justiça Civil, King recebe US$ 3,8 milhões em ação contra o Departamento de Polícia de Los Angeles.

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