Em resposta ao assassinato do piloto Muath al-Kasseasbeh, queimado vivo numa fogueira pela milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, e a protestos populares contra sua morte, o governo da Jordânia executou na madrugada de hoje dois terroristas condenados à morte: Sajida al-Richawi e Ziad Kabouli.
Na semana passada, o Estado Islâmico exigiu a libertação da iraquiana Sajida al-Richawi, sentenciada à morte por participar de um atentado terrorista suicida em que suas bombas não explodiram, em 2005.
Para soltar Sajida, a Jordânia pediu provas de que ele estava vivo. Provavelmente já estivesse morto. Um general jordaniano declarou que o piloto, um tenente-aviador da Força Aérea, morreu há um mês em 3 de janeiro de 2015.
A notícia e as imagens da morte macabra foram divulgadas na Internet no dia em que o rei Abdala II estava sendo recebido na Casa Branca pelo presidente Barack Obama. Ele cancelou o resto da viagem aos Estados Unidos e voltou a Amã.
O outro terrorista executado há pouco era Ziad Kabouli, ex-assessor de Abu Mussab al-Zarkaui, fundador da rede Al Caeda no Iraque, que viria a se transformar no Estado Islâmico do Iraque em 2006 e no Estado Islâmico do Iraque e do Levante em 2013, na guerra civil da Síria.
Analistas militares consideram a execução do piloto um erro estratégico grave do Estado Islâmico, que atraiu contra si o Exército da Jordânia. Desde setembro de 2014, os Estados Unidos lideram uma guerra aérea contra a milícia terrorista, mas não entram em combate no solo.
Até agora, isso coube a guerrilheiros curdos e ao despreparado e incompetente Exército do Iraque. As Forças Armadas da Jordânia são um inimigo muito mais preparado e o povo jordaniano está nas ruas pedindo vingança.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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