Um grupo de 13 dissidentes políticos que se refugiaram numa igreja em Havana para exigir uma abertura democrática em Cuba denunciam que o regime comunista proibiu a entrega de alimentos para eles.
"Estamos aqui há dois dias e, desde quarta-feira, o suprimento de comida foi suspenso. Não conseguimos comer nada", declarou o líder do grupo e diretor do Partido Republicano de Cuba, Vladimir Calderón Fariñas. "A polícia política não deixou ninguém nos trazer comida".
Em entrevista por telefone de dentro da Basília Menor da Igreja de Nossa Senhora da Caridade, no centro da capital cubana, Calderón, de 47 anos, disse que a ditadura dos irmãos Fidel e Raúl Castro ficou de mandar um representante para conversar na manhã de quinta-feira, mas não mandou.
A duas semanas da visita do papa Bento XVI, que estará na ilha de 26 a 29 de março, os ocupantes da igreja exigem a libertação de todos os presos políticos, liberdade de expressão e de associação, e aumento nos salários e aposentadorias.
Em Holguín, no Leste de Cuba, 18 dissidentes invadiram a Catedral de Santo Isidoro. Ficaram apenas oito horas e foram expulsos pelo bispo Emilio Aranguren, que teria chegado a tomar o celular de um dos dissidentes.
O porta-voz da Arquidiocese da Havana, Orlando Márquez, criticou a ocupação como "ilegal e irresponsável", alegando que "ninguém tem o direito de transformar uma igreja em trincheira política". A declaração foi reproduzida no jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, informa o jornal americano The Miami Herald.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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