A ex-ministra do Exterior e ex-candidata a chefe de governo de Israel Tzipi Livni perdeu ontem a liderança do partido Kadima (Avante) para o ex-ministro da Defesa Shaul Mofaz, considerado muito mais linha dura. Ele obteve 62% dos votos contra 38% para a ex-chanceler.
Mofaz, de 63 anos, tem melhores condições de desafiar o atual primeiro-ministro, o conservador Benjamin Netanyahu, no momento em que Israel discute a conveniência de atacar preventivamente as instalações nucleares do Irã para impedir que a república islâmica fabrique armas nucleares.
Diante do aumento da desigualdade social entre os israelenses e de uma onda de manifestações de protestos, no discurso da vitória, Mofaz preferiu falar desse problema: "Não há segurança nacional sem segurança social", advertiu. "Pretendo criar uma nova ordem social em Israel", noticia o sítio da companhia jornalística americana McClatchy Newspapers.
O Kadima foi criado em 2005 pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon, o general mais linha dura da História de Israel, que deixou o Likud para criar um partido centrista capaz de negociar a paz com os palestinos. Sharon sofreu um acidente vascular cerebral em 4 de janeiro de 2006 e está até hoje em coma.
Com a doença de Sharon, seu vice Ehud Olmert ascendeu à liderança do partido e do governo, que caiu em 2009 em um escândalo de corrupção. Sob a liderança de Livni, o Kadima conquistou 29 cadeiras nas eleições parlamentares de 2009, uma a mais do que o Likud, mas ela não conseguiu o apoio de 61 deputados, necessário para formar o governo.
Agora, a expectativa de uma derrota esmagadora nas próximas eleições levou o Kadima a buscar um novo líder. Depois do afastamento de Olmert, Mofaz tinha perdido a disputa pela liderança por apenas 1%. Acaba de receber um amplo mandato.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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