Uma semana depois do golpe militar que derrubou o presidente Amadou Touré, acusado de não equipar as Forças Armadas, os rebeldes tuaregues tomaram Kidal, no Nordeste do Máli, perto das fronteiras com a Argélia e o Níger.
"Kidal está sob nosso controle total", declarou à BBC um porta-voz do Movimento Nacional pela Libertação de Azawade, nome da região do Deserto do Saara revindicada pelos tuaregues. Com 40 mil habitantes, conhecida no Máli como a capital do deserto, é a maior cidade conquistada até agora pelos rebeldes.
O líder golpista, capitão Amadou Sanogo, pediu ajuda internacional. Como a Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (Ecowas, do inglês) deu um ultimato aos militares malineses, ameaçando fechar as fronteiras, congelar os bens e ativos do país no exterior, e impor um embargo financeiro, a ajuda não virá sem a devolução do poder.
Sede de uma grande base militar, Kidal é uma grande perda para o governo golpista. Desde que tomaram o poder a pretexto de intensificar o combate à revolta tuaregue, os jovens oficiais amotinados estão mais preocupados com a segurança na capital, Bamako, do que no Deserto do Saara.
É difícil imaginar que o golpe resista a um boicote econômico.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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