Em seu último pronunciamento no Congresso Nacional do Povo como primeiro-ministro, Wen Jiabao defendeu a retomada das reformas políticas e econômicas na China para evitar uma "nova Revolução Cultural". Ao mesmo tempo, defendeu as políticas do regime comunista em relação ao câmbio, ao comércio exterior e ao conflito na Síria.
A Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), uma radicalização do regime promovida por Mao Tsé-tung para reassumir o controle do Partido Comunista e do país, é o período mais traumático da história recente da China, uma era de anarquia, inversão de valores, denuncismo e perseguições políticas.
O grande líder das reformas chinesas, Deng Xiaoping, caiu em desgraça e foi expurgado. Voltou para comandar o maior processo de desenvolvimento da história da humanidade.
O pai do futuro líder do partido e presidente do país, Xi Jinping, também foi expurgado. Aos nove anos, Xi foi enviado com a família para reeducação numa fazenda coletiva em uma região pobre do Noroeste da China.
Como tantos chineses, Xi tem interesse direto em evitar uma nova Revolução Cultural.
Já Wen era um dos principais assessores de Zhao Ziyang, secretário-geral do PC que caiu em 1989 por ter se oposto à ação militar que massacrou o movimento pela liberdade e democracia na Praça da Paz Celestial, em Beijim. O primeiro-ministro não deu detalhes sobre como seriam as reformas políticas, noticia o jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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