Em mais uma tentativa de desacreditar o líder espiritual do Tibete, a máquina da propaganda oficial do regime comunista da China está comparando o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, aos nazistas e sua guerra genocida contra os judeus da Europa. Ele foi chamado de "chacal", "lobo em pele de cordeiro" e "separatista".
O Dalai Lama ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1989 por sua luta pacífica em defesa da cultura tradicional tibetana, atacada sistematicamente pela ditadura comunista chinesa, que usa rotineiramente métodos fascistoides contra dissidentes e supostos inimigos, sob a ótica paranoica característica dos regimes stalinistas.
A campanha contra o líder do Tibete vem num momento de aumento dos protestos contra as políticas de assimilação cultural de Beijim. Nos últimos 12 meses, 28 tibetanos de autoimolaram na região conhecida como Grande Tibete.
No sábado, um comentário da agência oficial de notícias Nova China publicado no sítio China Tibet Online acusou o Dalai Lama de defender a expulsão dos chineses do grupo han, a etnia majoritária no país, de regiões tradicionalmente tibetanas, informa o jornal The New York Times.
O chamado Grande Tibete tem 1,1 milhão de quilômetros quadrados. É quatro vezes maior do que a região supostamente autônoma do Tibete. A ditadura comunista teme que um dia, se o Tibete recuperar a independência que teve de 1912 a 1951, reivindique toda a região.
"As declarações do Dalai Lama nos lembram da crueldade dos nazistas na Segunda Guerra Mundial", afirma a propaganda comunista chinesa, numa clara deturpação da realidade. "Como isso é semelhante ao Holocausto cometido por Hitler contra os judeus!"
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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