Pelo menos 74 pessoas morreram hoje em Porto Said, no Egito, num tumulto provocado por uma briga de torcedores dentro do estádio na saída de um jogo de futebol. Foi o pior incidente de violência no país desde a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011.
Em campo, estavam os dois principais times egípcios, Al-Massari, de Porto Said; e o Al-Ahly, do Cairo. A briga começou no intervalo, quando torcedores visitantes jogaram foguetes na torcida local.
Depois de uma vitória de virada do Al-Massari por 3-1, sua torcida invadiu o gramado e atacou jogadores e torcedores rivais. A força policial presente foi incapaz de conter a violência.
O massacre chama a atenção para a falta de segurança no Egito depois da revolução. Deputados do primeiro parlamento eleito democraticamente na história do país acusam o Conselho Supremo das Forças Armadas, que tomou o poder há um ano, de criar um clima de inseguranca e violência para manter o estado de emergência em vigor há mais de 30 anos e ampliar os poderes da polícia.
"A razão desta tragédia é a negligência deliberada e a ausência dos militares e da polícia", protestou o deputado Essam al-Erian, da Irmandade Muçulmana, que tem a maior bancada.
Nesta quinta-feira, a Assembleia Nacional discute o caso. Alguns deputados ameaçam propor um voto de desconfiança no governo militar, noticia o jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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