terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

PIB da Grécia cai mais 7%

Sob pressão da crise das dívidas públicas na Europa, o produto interno bruto da Grécia caiu mais 7% no último trimestre de 2011 em relação ao mesmo período no ano anterior, depois de uma contração de 5% no terceiro trimestre do ano passado.

O país entra no quinto ano seguido de recessão. Desde meados de 2008, a economia grega só cresceu num trimestre. Isso torna ainda mais difícil a aplicação do plano de ajuste fiscal acertado com a União Europeia (UE), o Banco Central da Europa (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Hoje o primeiro-ministro Lucas Papademos, um tecnocrata e ex-presidente do banco central que chegou ao poder sem eleições, precisa da aprovação dos grandes partidos para novas medidas de austeridade exigidas para que o Conselho de Ministros das Finanças da UE aprove um novo empréstimo de 130 bilhões de euros.

Para se qualificar, a Grécia necessita ainda negociar uma redução pela metade de 200 bilhões de euros de sua dívida em poder de credores privados. É também uma precondição para o país receber dinheiro para pagar uma parcela de 14,5 bilhões de sua dívida com vencimento em 20 de março de 2012.

Na semana passada, os ministros dos outros países da UE mandaram as autoridades gregas cortarem mais 3,3 bilhões de euros do orçamento. Houve uma reação violenta nas ruas. Cerca de 50 prédios foram incendiados no centro de Atenas.

O diretor-presidente do grupo Bosch, maior fabricante mundial de autopeças, pediu hoje a saída espontânea ou a expulsão da Grécia da união monetária europeia. Em entrevista publicada hoje na revista Manager Magazine, Franz Fehrenbach, considerou a Grécia um "peso inaceitável" sobre a Zona do Euro e a UE.

De 300 executivos alemães entrevistados pela revista, citada pelo jornal inglês Financial Times, 57% são favoráveis à saída da Grécia da Eurozona.

Em Beijim, o primeiro-ministro Wen Jiabao declarou que "a vontade da China de ajudar a Europa a enfrentar os problemas de dívida soberana é sincero e firme".

Apesar do rebaixamento ontem pela agência de classificação de risco Moody's das notas de crédito de seis países europeus - Itália, Espanha, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Malta - o euro subiu 0,1% para US$ 1,3203 com a divulgação de uma pesquisa indicando um crescimento acima do esperado na confiança dos alemães em sua economia.

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