O rei Felipe VI dissolveu hoje o Parlamento e convocou novas eleições gerais na Espanha para 26 de junho de 2016 depois que os deputados eleitos em dezembro de 2015 não conseguiram formar um novo governo. Estarão em jogo as 350 cadeiras da Câmara e 208 das 226 cadeiras do Senado.
De acordo com a Constituição da Espanha, são necessários 54 dias entre a dissolução das Cortes Gerais e as eleições. Até o momento, não há nenhuma indicação de que o resultado em junho será muito diferente.
A crise provocada pela incapacidade financeira do governo de socorrer o setor bancário espanhol, atingido pela crise financeira internacional, elevou o desemprego no país a 25% e a mais de 50% entre os jovens. Foi a pior crise enfrentada pelos espanhóis desde a morte do generalíssimo Francisco Franco e do fim da ditadura, em 1975.
Com a insatisfação popular e o movimento dos Indignados, houve o desgaste dos tradicionais Partido Popular, conservador pós-franquista, e Partido Socialista Operário Espanhol. Nasceram dois novos partidos, Podemos, de esquerda radical, e Cidadãos, liberal de centro-direita.
Em dezembro do ano passado, foi eleito o Parlamento mais fragmentado desde a redemocratização PP do primeiro-ministro Mariano Rajoy, no poder desde 2011, caiu de 45% para 28,7% dos votos, perdeu 64 deputados e elegeu 123, ficando sem a maioria absoluta que lhe permitia governar sozinho.
Sob a liderança de Pedro Sánchez, o PSOE foi o segundo partido mais votado, mas caiu de 28,8% para 20% da votação. A bancada diminuiu de 110 para 90 e Sánchez se negou a formar uma grande aliança entre direita e esquerda com Rajoy. Tentou se tornar primeiro-ministro em aliança com os novos partidos.
A nova esquerda do Podemos, inspirado pela Coligação de Esquerda Radical (Syriza) da Grécia e financiado pelo regime chavista da Venezuela, estreou levando 20,7% dos votos e 69 cadeiras, mas seu líder Pablo Iglesias se negou a fazer aliança com os Cidadãos, de Albert Rivera, que elegeram 40 deputados com 13,9% dos votos, minando o sonho de poder de Sánchez.
Como quase nada mudou mudou, a economia está crescendo mas o desemprego ainda está em 20,7%, a expectativa é de um resultado parecido. Podemos está tentando consolidar alianças com pequenos partidos de esquerda.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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