A Latam, maior empresa aérea da América Latina, formada pela fusão da LAN-Chile e da TAM, anunciou hoje a suspensão de seus voos para a Venezuela citando o "complexo cenário macroeconômico atual" do país ou a capacidade de obter dólares do governo para realizar transações internacionais.
Foi a segunda grande companhia aérea a tirar a Venezuela de suas rotas de voo em dois dias. No domingo, a empresa alemã Lufthansa havia feito o mesmo. A Air Canada, desde 2014, e a Alitalia também não operam mais no país.
Com o fracasso do "socialismo do século 21" implantado pelo falecido caudilho Hugo Chávez e a queda nos preços internacionais do petróleo nos últimos dois anos, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história.
O país com as maiores reservas mundiais de petróleo vive horas e horas sem energia elétrica. Grande exportador de petróleo, não tem dinheiro para comprar papel higiênico. A maior indústria de alimentos venezuelana, a Polar, parou de fabricar cervejas por falta de matérias-primas. Nos últimos dias, a Coca-Cola ameaçou parar por falta de açúcar.
A inflação vai a 720% neste ano, previu o Fundo Monetário Internacional. A economia deve cair 20% em três anos. O desabastecimento é generalizado. Pacientes morrem em hospitais por falta de energia e medicamentos. O índice de homicídios é o segundo maior do mundo fora de zonas de guerra, depois de Honduras.
Enquanto tenta impedir a convocação de um referendo para revogar seu mandato, o presidente Nicolás Maduro acusa inimigos internos e externos da "revolução bolivarista" pela catástrofe produzida pelo regime chavista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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