Depois de uma vitória do bilionário Donald Trump por 53% a 37% na eleição primária do estado de Indiana, o senador evangélico texano ultraconservador Ted Cruz abandonou a disputa pela candidatua do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 8 de novembro de 2016. No Partido Democrata, o senador Bernie Sanders impôs mais uma derrota à favorita Hillary Clinton.
Na prática, Trump garantiu a indicação, apesar da rejeição de sua candidatura pela cúpula republicana. O governador de Ohio, John Kasich, que não fez campanha para aumentar as chances de Cruz, ficou em terceiro com 7,6% dos votos.
Faltam agora apenas 227 delegados para Trump atingir os 1.237 necessários para garantir a nomeação na convenção nacional do partido, marcada para 18 a 21 de julho em Cleveland, Ohio. Com nove eleições prévias a realizar, inclusive na Califórnia, o maior estado americano, o magnata precisa conquistar menos da metade dos delegados em jogo para ser candidato em novembro.
"Demos tudo em Indiana, mas os eleitores fizeram outra escolha", lamentou Cruz ao anunciar a desistência.
Horas antes, Cruz havia detonado Trump, que acusou o pai do adversário de ter participado do assassinato do presidente John Kennedy, em 1963, chamando-o de "totalmente amoral", "narcisista", "pilantra" e "mentiroso patológico".
O magnata imobiliário contra-atacou no Twitter: "O mentiroso Ted Cruz realmente pirou hoje. Fez todo tipo de acusações malucas. Não pode funcionar sob pressão - não é muito presidenciável. Triste!"
Um comitê de ação política que gastou US$ 1,3 milhão em Indiana para derrubar Trump promete continuar a campanha "para abrir os olhos dos eleitores".
Durante a campanha, um acusou a mulher do outro. Nada foi poupado num debate de baixo nível em que Trump não deixou nada sem resposta. Por isso, ele é rejeitado por 65% do eleitorado americano, enquanto sua provável adversária, a ex-secretária de Estado, ex-senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton tem 56% de rejeição.
O repúdio a Hillary é evidente dentro do próprio Partido Democrata, onde o socialista Bernie Sanders seduziu a esquerda do partido com seus ataques à concentração da riqueza e os privilégios do centro financeiro de Wall Street.
Por 53% a 47%, Bernie venceu Hillary em Indiana, o que se repete em vários estados onde não grandes parcelas de negros e latinos no eleitorado. Onde essas minorias são importantes, dá Hillary.
Nas pesquisas sobre um possível confronto entre Hillary e Trump na eleição de novembro, a ex-secretária de Estado lidera com uma vantagem de 10 pontos percentuais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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