O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram a um acordo para liberar os menores de idade que estão lutando pelo grupo guerrilheiro, noticiou a televisão pública britânica BBC.
A prioridade é desmobilizar os meninos de menos de 15 anos, mas o acordo abrange todos os menores de 18 anos. Eles serão considerados vítimas da guerra e devolvidos às famílias.
Pelos dados oficiais do governo, nos últimos 17 anos, cerca de 6 mil menores deixaram grupos armados; 60% lutavam pelas FARC.
Depois de quatro anos de negociações, realizadas em Havana, a capital de Cuba, governo e guerrilha estão na fase final. Ja houve acordos sobre reforma agrária, a transformação das FARC num partido político, o julgamento dos crimes de guerra, o envolvimento da guerrilha com o tráfico de drogas, a desminagem e a busca pelos desaparecidos. Havia expectativa do anúncio de um acordo de paz definitivo em março, mas o prazo foi prorrogado.
Pela primeira vez desde o assassinato do então candidato liberal à Presidente da Colômbia Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948, o país tem uma expectativa concreta de paz. Desde então, estima-se que 500 mil pessoas tenham sido mortas.
Em 30 de março de 2016, o governo anunciou a abertura de negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano.
Mesmo que as FARC e o ELN abandonem a luta armada, a exemplo do que aconteceu em outros processos de paz, muitos ex-guerrilheiros devem aderir a organizações criminosas como tráfico de drogas e extração ilegal de recursos naturais, observa a empresa de consultoria e análise estratégica Stratfor.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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