sexta-feira, 6 de maio de 2016

Geração de empregos nos EUA perde força

Com a desaceleração da economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2016, o ritmo de geração de empregos caiu para um saldo de 160 mil vagas em abril, abaixo da expectativa do mercado, de 205 mil postos de trabalho, revelou hoje o Relatório de Emprego do Ministério do Trabalho.

O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, ficou inalterado em 5%. A revisão dos dados de fevereiro e março apontou um saldo de 19 mil empregos. A média deste ano está em 192 mil postos de trabalho por ano, abaixo dos 229 mil por mês de 2015.

"Podemos estar chegando ao fim do ganho de 200 mil empregos ou mais por mês", comentou Tara Sinclair, economia do sítio de procura de emprego Indeed.

O pico da atual curva de geração de empregos foi em 2014, o melhor ano para o mercado de trabalho desde 1999. Com a queda do mês passado, o Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed), o comitê de política monetária do banco central dos EUA, pode reavaliar a conveniência de elevar as taxas básicas de juros na sua próxima reunião, em 14 e 15 de junho.

Na última reunião, o Fed sinalizou uma possível alta de juros em junho, mas se o relatório de emprego de maio confirmar a tendência de queda nos ganhos do mercado de trabalho pode manter as taxas atuais, elevadas em dezembro pela primeira vez em nove anos, de uma faixa de 0-0,25% ao ano para 0,25%-0,5% ao ano.

A presidente do Fed, Janet Yellen, declarou no ano passado que um ganho de 100 mil vagas por mês é suficiente para absorver os novos candidatos que estão chegando ao mercado de trabalho.

O salário real cresceu 2,5% nos últimos 12 meses, acima da média de 2% registrada desde 2010, quando o mercado de trabalho iniciou a recuperação da Grande Recessão de 2008-9. "À medida que nos aproximamos do pleno emprego, devemos esperar menos crescimento do emprego e salários em alta", comentou o economista Torsten Slok, da corretora Deutsche Bank Securities.

A participação no mercado de trabalho caiu de 63% para 62,8% da população economicamente ativa, depois de atingir o menor nível recente (62,4%) em setembro de 2015, a menor desde 1977.

Já o índice de desemprego amplo, incluindo quem trabalha em meio expediente e quem desistiu de procurar emprego, caiu de 9,8% para 9,7%.

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