Por margem estreita, 50,3% a 49,7%, o candidato independente Alexander Van der Bellen, ex-líder do partido Verde, venceu Norbert Hofer, do Partido da Liberdade, de extrema direita, no segundo turno da eleição presidencial da Áustria.
O resultado saiu um dia depois porque mais de 700 mil votos foram depositados no Correio e a disputa foi apertada. Em mais de 4,6 milhões de votos, Van der Bellen ganhou com uma vantagem de apenas 31 mil votos.
Vereador em Viena depois que saiu do Parlamento em 2012, o presidente eleito fez campanha com um discurso de defesa da União Europeia, enquanto seu adversário dizia que "o Islã não tem lugar na Áustria". Se eleito, ameaçava dissolver o governo caso não tomasse medidas contra a imigração.
Hofer agradeceu "ao apoio fantástico. É claro que estou triste hoje. Gostaria de zelar por vocês como presidente do nosso maravilhoso país." Ele pediu aos eleitores verem a campanha como "um investimento no futuro".
Nunca a ultradireita chegou tão perto do poder num país da UE. Desta vez, explorou o descontentamento com a crise econômica e a crise dos refugiados muçulmanos que chegam em massa à Europa fugindo das guerras no Oriente Médio e no Afeganistão.
O Partido Social-Democrata e o conservador Partido Popular, que dominavam a política da Áustria desde o fim da Segunda Guerra Mundial, ficaram fora do segundo turno. Apesar de derrotado, o Partido da Liberdade se firma como o maior partido austríaco num momento de avanço da extrema direita e do nacionalismo radical contra o projeto de integração da Europa.
Enquanto os britânicos votam em 23 de junho de 2016 se querem sair da UE, ganha força o novo partido Alternativa para a Alemanha e a Frente Nacional tem chance de chegar ao segundo turno da eleição presidencial na França com Marina Le Pen.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Como eleitor tenho seguido fielmente uma lei nas eleições; não se escolhe o melhor candidato, escolhe-se o menos pior!
No segundo turno, com certeza vota-se no mal menor.
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