Pelo menos oito policiais vestidos a paisana foram mortos hoje no Cairo por milicianos da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou a televisão pública britânica BBC, no maior ataque desta natureza no Egito desde a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011.
A caminhonete da polícia iam foi emboscada e metralhada por quatro milicianos no distrito de Helwan na manhã deste domingo. Eles pertencem à chamada Província do Sinai do Estado Islâmico, nome do braço armado do grupo no Egito.
Depois da revolução, a Irmandade Muçulmana, o mais antigo movimento fundamentalista muçulmano, ganhou as eleições parlamentares e presidenciais, mas o presidente Mohamed Mursi adotou políticas autoritárias e sectárias, alienando tantos os militares ligados ao antigo regime quanto os próprios revolucionários.
Sob pressão popular, o Exército interveio em 3 de julho de 2013, derrubou Mursi e colocou seu comandante, o marechal Abdel Fattah al-Sissi no poder. Milhares de militantes islamitas foram mortos, criando um conflito permanente entre a nova ditadura e os extremistas muçulmanos.
Os islamitas e o chamado Estado profundo (forças de segurança e elites econômicas aliadas, inclusive criminosas) fizeram uma contrarrevolução, destruindo pelo menos por enquanto as promessas da revolução. Os egípcios com fé na política acreditam que é uma trajetória sinuosa como a de tantas revoluções.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário