A China e o Japão, segunda e terceira maiores economias do mundo, devem crescer menos neste ano e no próximo, mas a expansão da Ásia vai continuar forte, com o consumo interno compensando a desaceleração do comércio mundial, previu hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 2016, a expectativa do FMI é de um avanço de 6,5% na China e de 0,5% no Japão. No próximo ano, a China deve crescer 6,2% e o Japão recuar 0,1%. As políticas de estímulo, a queda nos preços das matérias-primas e o desemprego baixo vão manter o crescimento no resto da região.
Os maiores problemas são o fraco desempenho dos países ricos, a desaceleração do comércio internacional e a volatilidade nos mercados financeiros. Mesmo assim, o Fundo espera um crescimento de 5,3% para a Ásia, uma pequena redução dos 5,4% previstos na estimativa anterior.
"A Ásia continua sendo a região mais dinâmica do mundo, mas ela encara fortes ventos contrários devidos à fraqueza da recuperação mundial, à desaceleração do comércio internacional e ao impacto em curto prazo da transição econômica chinesa", diz o relatório do FMI. "Para aumentar a resistência aos riscos globais e manter o dinamismo, os tomadores de decisões devem fazer reformas estruturais para aumentar a produtividade e usar a fiscalidade para sustentar a demanda."
Na China, o maior desafio é a transição do modelo baseados no investimento e na importação para uma economia sustentada pelo consumo no mercado interno. O Japão voltará a recuar por causa do esperado aumento do imposto sobre consumo para tentar equilibrar as contas públicas. A dívida interna japonesa chegou a 246% do produto interno bruto. O envelhecimento da população é outro problema de longo prazo para o Japão.
Com a notícia da desaceleração das grandes potências econômicas da Ásia, o dólar está em alta hoje no mercado internacional. No Brasil, sobe mais de 2% para R$ 3,57.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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