CAMBRIDGE-MA, EUA - Depois de uma noite de intimidação e ameaças de violência, inclusive contra a senadora Barbara Boxer, líderes do Partido Democrata acusaram o senador socialista Bernie Sanders de fazer o jogo do republicano Donald Trump ao atacar Hillary Clinton e convencer seus aliados de que ele ainda têm chance de ser o candidato do partido à Presidência dos Estados Unidos em 8 de novembro.
Com as eleições prévias de ontem, faltam apenas 92 delegados para Hillary chegar aos 2.383 necessários para garantir a indicação na convenção nacional democrata. Entre eles, há os chamados superdelegados. A nova tática dos aliados de Bernie é tentar pressioná-los a mudar de lado.
Enquanto isso, Bernie tenta convencer seus eleitores de que pode vencer Hillary e ser o candidato democrata. Não tem a menor chance de bater Hillary e dificilmente um socialista ganharia uma eleição geral nos EUA, que será decidida pelos eleitores independentes, sem filiação partidária.
O problema é que no fim das eleições primárias, se não vencerem, os eleitores de Bernie ficaram revoltados como ontem à noite no estado de Nevada e podem não votar em novembro, abrindo caminho para a ascensão do magnata imobiliário Donald Trump, que se mostrou capaz de dizer qualquer coisa para se eleger e de se desdizer depois, se não agradar.
Trump é um perigo. Há um ano, ninguém acreditava que pudesse ser o candidato republicano. Hillary, por sua vez, tem muitas vulnerabilidades, a começar pelo uso de uma conta privada de correio eletrônico quando era secretária de Estado do primeiro governo Barack Obama e pelas doações milionárias recebidas pela Fundação Clinton.
Hillary é considerada direitista demais pela ala mais à esquerda do Partido Democrata. Sob pressão de Bernie, adotou bandeiras de esquerda. Pode ser considerada esquerdista demais pelo eleitorado. E Trump vai explorar todas as acusações contra ela ventiladas por Bernie e seus seguidores.
O senador socialista do estado de Vermont cumpriu seu papel ao denunciar a concentração da riqueza e o peso excessivo do dinheiro e do centro financeiro de Wall Street nas eleições americanas, mas no momento corre o risco de ajudar a eleger um plutocrata para a Casa Branca.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Liberais pressionam Sanders a abandonar corrida à Casa Branca
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