quarta-feira, 18 de maio de 2016

Liberais pressionam Sanders a abandonar corrida à Casa Branca

CAMBRIDGE-MA, EUA - Depois de uma noite de intimidação e ameaças de violência, inclusive contra a senadora Barbara Boxer, líderes do Partido Democrata acusaram o senador socialista Bernie Sanders de fazer o jogo do republicano Donald Trump ao atacar Hillary Clinton e convencer seus aliados de que ele ainda têm chance de ser o candidato do partido à Presidência dos Estados Unidos em 8 de novembro.

Com as eleições prévias de ontem, faltam apenas 92 delegados para Hillary chegar aos 2.383 necessários para garantir a indicação na convenção nacional democrata. Entre eles, há os chamados superdelegados. A nova tática dos aliados de Bernie é tentar pressioná-los a mudar de lado.

Enquanto isso, Bernie tenta convencer seus eleitores de que pode vencer Hillary e ser o candidato democrata. Não tem a menor chance de bater Hillary e dificilmente um socialista ganharia uma eleição geral nos EUA, que será decidida pelos eleitores independentes, sem filiação partidária.

O problema é que no fim das eleições primárias, se não vencerem, os eleitores de Bernie ficaram revoltados como ontem à noite no estado de Nevada e podem não votar em novembro, abrindo caminho para a ascensão do magnata imobiliário Donald Trump, que se mostrou capaz de dizer qualquer coisa para se eleger e de se desdizer depois, se não agradar.

Trump é um perigo. Há um ano, ninguém acreditava que pudesse ser o candidato republicano. Hillary, por sua vez, tem muitas vulnerabilidades, a começar pelo uso de uma conta privada de correio eletrônico quando era secretária de Estado do primeiro governo Barack Obama e pelas doações milionárias recebidas pela Fundação Clinton.

Hillary é considerada direitista demais pela ala mais à esquerda do Partido Democrata. Sob pressão de Bernie, adotou bandeiras de esquerda. Pode ser considerada esquerdista demais pelo eleitorado. E Trump vai explorar todas as acusações contra ela ventiladas por Bernie e seus seguidores.

O senador socialista do estado de Vermont cumpriu seu papel ao denunciar a concentração da riqueza e o peso excessivo do dinheiro e do centro financeiro de Wall Street nas eleições americanas, mas no momento corre o risco de ajudar a eleger um plutocrata para a Casa Branca.

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