Em sua luta contra o islamismo político, as Forças Aéreas do Egito e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) atacaram milícias extremistas muçulmanas na Líbia pelo menos duas vezes nos últimos oito dias, surpreendendo os Estados Unidos, revelou ontem o jornal americano The New York Times.
Como as milícias jihadistas têm o apoio do Catar e da Turquia, e as secularistas da Arábia Saudita, do Egito e dos EAU, o bombardeio ameaça criar uma guerra indireta de potências regionais em território líbio.
Desde a queda há três anos do ditador Muamar Kadafi, que destruíra as instituições nacionais, a Líbia não tem um Exército, um Parlamento nem um governo que funcione. Milícias islamitas e secularistas lutam pelo poder.
Em junho, a milícia fundamentalista da cidade de Missurata atacou a milícia secularista da cidade de Zintan, iniciando uma batalha pelo aeroporto de capital que destruiu a maioria dos aviões lá estacionados.
Apesar do bombardeio aéreo, no domingo, as milícias islamitas aliadas no movimento Amanhecer da Líbia anunciaram ter assumido o controle do aeroporto de Trípoli e de uma área de 100 quilômetros de raio ao redor da capital.
Os EAU divulgaram nota hoje declarando apoio aos dirigentes secularistas que venceram as eleições parlamentares. Mas os jihadistas anunciaram a intenção de formar seu próprio governo. O novo Parlamento denunciou as milícias do Amanhecer da Líbia como "grupos terroristas fora da lei".
Mais uma vez, a Líbia está à beira da guerra civil.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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