Sob pressão dos Estados Unidos, do Irã e dos próprios xiitas iraquianos, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki anunciou hoje sua demissão. Ele tentou resistir. Chegou a mobilizar setores das Forças Armadas. Quando perdeu o apoio do partido Dawa, o maior da comunidade xiita do Iraque, sua sorte foi liquidada.
O colapso das forças de segurança diante da ofensiva da milícia extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante provocou uma crise política sem precedentes no conturbado Iraque pós-Saddam Hussein. O presidente Barack Obama condicionou o fornecimento de armas à saída de Maliki.
Na segunda-feira, o presidente Fuad Massum nomeou Haider al-Abadi para chefiar o governo. Maliki alegou ter direito a um terceiro mandato. Ontem, o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khameni, apoiou Abadi. Sem apoio interno nem externo, Maliki foi obrigado a recuar.
Hoje finalmente Maliki declarou não querer mais nenhum cargo no governo iraquiano. Terá de ficar até a formação de um novo governo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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