segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Polícia dos EUA faz busca anal na guerra contra drogas

Se qualquer cidadão for submetido a uma situação semelhante, os responsáveis serão acusados de violência sexual e estupro. Mas as polícias do Novo México e de outros estados dos Estados Unidos fazem arbitrariamente buscas enfiando o dedo no ânus de suspeitos de posse de drogas, denuncia reportagem da Reason TV citada pelo jornal The Washington Post.

Nos últimos anos, dois inocentes "investigados" ilegalmente ganharam indenizações de US$ 1,6 milhão, no caso de David Eckart, e de US$ 900 mil para Timothy Young, que ainda recebeu um conta de US$ 614 do hospital pelo "procedimento". Como são os governos municipais que pagam as indenizações, a conta milionária da arbitrariedade policial fica para a comunidade.

Além do Novo México, houve casos nos estados de Massachusetts, Michigan, Texas e Wisconsin, acusa o jornalista Radley Balko, autor do livro A Militarização das Forças Policiais nos EUA, que tem um blogue no Post sobre direito penal, a guerra das drogas e as liberdades públicas.

Desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, houve uma militarização da polícias, que compraram equipamentos de guerra desnecessários. Os métodos também se tornaram mais rigorosos, a ponto de Barack Obama ter denunciado explicitamente a tortura nas guerras de George W. Bush.

A busca anal, em princípio totalmente injustificada a não ser em aeroportos e fronteiras em casos excepcionais, pode ser feita com exames de imagem, sem invadir fisicamente o suspeito. Sem a guerra contra as drogas e a militarização da fronteira, esses abusos seriam coibidos.

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