Dois líderes do regime comunista do Khmer Vermelho, que aterrorizou o Camboja de 1975 a 1978, Khieu Shamphan e Noun Chea, foram condenados hoje à prisão perpétua por crimes contra a humanidade. A denúncia apresentada a um tribunal cambojano criado pelas Nações Unidas inclui as mortes de 20 mil vietnamitas e 100 a 500 mil muçulmanos da minoria cham.
Noun Chea, hoje com 88 anos, era vice-líder do falecido Pol Pot e ideológo do regime, que adotou políticas de Ano Zero, tentando apagar todo o passado supostamente corrupto. Khieu Shampan era o presidente do Camboja, mas o poder estava concentrado no supremo líder. Eles foram condenados por assassinatos em massa, tortura e perseguição política.
O regime genocida de Pol Pot, de orientação maoísta radical, é acusado pela morte de cerca de 2 milhões de pessoas. Tomou o poder em 16 de abril de 1975, duas semanas antes da queda de Saigon, que unificou o vizinho Vietnã e expulsou as últimas forças dos Estados Unidos da antiga Indochina Francesa.
Uma invasão vietnamita no Natal de 1978 acabou com a ditadura de Pol Pot, que caiu em 7 de janeiro de 1979. Dez anos depois, com o fim da Guerra, houve uma série de negociações de paz pelo mundo inteiro, inclusive no Sudeste Asiático. Em 1989, as forças do Vietnã deixaram o Camboja.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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