O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tornou-se o primeiro presidente da Turquia eleito diretamente. Ele teve cerca de 52% dos votos válidos, indicam projeções dos resultados parciais, informou a TV americana CNN.
No poder desde 2003, Erdogan não poderia se candidatar a um quarto mandato de chefe de governo. Tido como islamita moderado, ele se tornou mais radical nos últimos anos, desagradando a classe média urbana que teme a islamização do país, mas se elege com os votos do eleitorado conservador do interior da Turquia.
Sob seu governo, a Turquia triplicou o produto interno bruto, mas as longas negociações para aderir à União Europeia estagnaram, em parte pela oposição da França, empurrando Erdogan para uma postura mais oriental. Seu sonho é estender a influência da Turquia pelo antigo Turquestão, que inclui as antigas repúblicas de maioria muçulmana da União Soviética.
Em seu projeto de restaurar a glória do Império Otomano, dissolvido no fim da Primeira Guerra Mundial, Erdogan tentou reconstruir um quartel numa das últimas áreas verdes do centro de Istambul, a maior cidade do país, deflagrando uma onda de protestos no ano passado.
Nem isso nem as denúncias de corrupção envolvendo diretamente o presidente eleito e seu filho abalaram a popularidade de Erdogan entre o eleitorado conservador do interior do país. Seu plano agora é reforças os poderes do presidente para mandar autocraticamente na Turquia por mais dez anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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