Mais de 3 milhões de pessoas fugiram da Síria por causa da guerra civil que matou mais de 193 mil pessoas desde 15 de março de 2011, revelou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Outros 6,5 milhões foram desalojados de suas casas, mas não saíram do país. Metade da população está em fuga, dentro ou fora da Síria.
Outras centenas de milhares de sírios escaparam da guerra, mas não se registraram como refugiados nos países vizinhos, estima a ONU. Isso significa que a realidade pode ser ainda pior do que indicam os números. É "a maior emergência humanitária dos dias de hoje", denuncia o ACNUR.
A ONU também condenou a captura de 43 soldados das Ilhas Fíji que participavam da missão de paz para fiscalizar a trégua entre Israel e a Síria nas Colinas do Golã. Eles foram detidos pelos rebeldes durante um confronto entre os jihadistas da Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Caeda, e o Exército sírio perto do posto de fronteira de Cuneitra, tomado pela Nusra. Outros 81 soldados filipinos da força de paz estão isolados em meio ao fogo cruzado.
Apesar da ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que só pode ser contido na opinião do Departamento da Defesa dos Estados Unidos com ataques no Iraque e na Síria, o presidente Barack Obama admitiu ontem que está consultando os aliados, mas ainda não formulou uma estratégia para enfrentar a nova ameaça do extremismo muçulmano.
O Brasil se mantém numa posição de incômoda neutralidade na guerra civil da Síria. Até agora, apoiou a posição da China e da Rússia, que vetam sistematicamente qualquer interferência do Conselho de Segurança da ONU no conflito, a pretexto de não dar margem a uma intervenção militar ocidental. É uma omissão criminosa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário