Diante de críticas do ministro da Economia, Arnaud Montebourg, contra as políticas de austeridade econômica impostas pela Alemanha à Zona do Euro, o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, anunciou a demissão coletiva do ministério e foi encarregado pelo presidente François Hollande de formar um novo governo até amanhã.
"A França é a segunda maior economia da Eurozona e a quinta maior do mundo, e não pretende se alinhar às obsessões excessivas dos conservadores da Alemanha", declarou Montebourg ao jornal francês Le Monde, selando sua queda com palavras como "exagero" e "absurdo".
Sem Montebourg e outros dois ministros que o apoiaram, Valls prometeu formar uma equipe "coerente com as orientações" que Hollande, "ele mesmo, definiu para nosso país". Para os padrões franceses, isso significa um governo socialista mais à direita, mais aberto às reformas pró-mercado e à desregulamentação da economia.
A economia francesa ainda não se recuperou da Grande Recessão (2008-9). Está estagnada. O desemprego não cai. Hollande tem baixíssima popularidade. No governo, Valls é o mais popular. A mudança é assim mais no sentido de formar um ministério mais alinhado com as políticas liberalizantes do primeiro-ministro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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