O Brasil terá em 2014 o pior desempenho econômico da América Latina depois da Argentina e da Venezuela, que enfrentam crises profundas, previu ontem a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão das Nações Unidas.
A estimativa de crescimento do produto interno bruto brasileiro caiu de 2,3% para 1,4%, enquanto a previsão para a região como um todo caía de 2,7% para 2,2%. Também ontem, o boletim Focus, do Banco Central, com a média das avaliações dos analistas de mercado, reduziu a expectativa de expansão neste ano para 0,86%.
Se essa projeção for confirmada, o avanço médio no governo Dilma Rousseff será de apenas 1,7% ao ano, superior apenas aos governos de Floriano Peixoto, quando o país enfrentava revoltas contra a proclamação da república, e de Fernando Collor de Mello, afastado num processo de impeachment em 1992 numa época de inflação muito alta.
As maiores taxas de crescimento em 2014 na região são esperadas no Panamá (6,7%), na Bolívia (5,5%), seguidos de Colômbia, Equador, Nicarágua e República Dominicana, com 5%, prevê o relatório da Cepal.
As piores perspectivas econômicas são da Argentina, com alta de apenas 0,2%, que pode virar recessão por causa do novo calote na dívida pública, e na Venezuela, onde se espera um recuo de 0,5%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Brasil só cresce mais que Argentina e Venezuela
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5 comentários:
Isso é o que classifico como uma não notícia pois nela o Brasil é comparado com países muito menos complexos e de economia muito menos industrializada.
A verdadeira noticia seria certamente a comparação com países
de mesmo porte, como a Itália, a França , e a Inglaterra que por sinal cresceram ainda menos que o Brasil.
O relatório é da Cepal, órgão da ONU, que constata que Venezuela, Argentina e Brasil são os países que menos crescem na América Latina. É fato, não é análise. O Brasil menos, mais de três vezes menos do que o Reino Unido, 4x menos do que a taxa registrada pelos EUA no segundo trimestre e mais de 4x menos do que o Japão. Itália e França estão estagnadas num nível de vida muitíssimo mais alto do que o Brasil, um país de renda média, 95 do mundo em renda média por habitante, ou seja, na parte de baixo da tabela. Precisamos de um governo que estimule o crescimento. Dilma vai fechar com alta média de 1,7% ao ano, a pior depois de Floriano Peixoto, que enfrentou várias revoltas contra a República, e de Fernando Collor, de triste memória, por sinal aliado deste governo.
Você falou em país industrializado? O Brasil está se desindustrializando, como mostram as sucessivas quedas na produção manufatureira. O governo do partido operário reduziu significativamente a participação da indústria no PIB.
Naturalmente para você a saída para o Brasil seria a eleição do "Aócio Never " que trará de volta o modo tucano de governar atrelado ao FMI, com taxa Seilc de 45% e desemprego acima de 13%.
E olhe que durante o governo de fhc
o mundo só conheceu crises periféricas Rússia , Malásia, México , Argentina enquanto que hoje ainda estamos no bojo de maior crise depois de 1929 e no centro do capitalismo.
Com todos os erros e desacertos dos citados governos operários potencializados pela mídia prostituta continuo achando que a era fhc foi um período nefasto que não gostaria de ver revivido.
Esta foi a diferença. FHC enfrentou crises nos mercados emergentes, então houve fuga de capitais para os países ricos. México, Ásia, Rússia e Argentina. A "marolinha", como disse Lula, foi uma crise nos países centrais. O problema inicial foi a desvalorização do real, com alta do dólar para R$ 2,30, o que quebraria todo o setor exportador, se o Banco Central não interviesse, inclusive promovendo fusões de empresas. O BC do Meirelles, do PSDB, enquanto Mantega anunciava que não gastaria dinheiro público para combater a especulação. Depois, os EUA passaram a imprimir US$ 85 bilhões. Como os países ricos estavam em crise, esse dinheiro foi para os emergentes. Mantega disse que era guerra cambial. Como o Brasil tem uma economia muito fechada, importa pouco e exporta pouco, não sentiu o impacto da crise. Desde o segundo trimestre de 2009, os EUA saíram da recessão. Desde 2011, crescem mais do que o Brasil. A política econômica de Dilma gerou um dos piores índices de crescimento da República, atrás apenas do Floriano Peixoto e do Color.
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