segunda-feira, 4 de junho de 2012

Problema da Europa não é modelo social-democrata

O problema da Europa não está no modelo social-democrata, a chamada economia social de mercado, porque nos países do Norte, onde ele funciona melhor, não há crise: Noruega, Suécia, Finlândia, Alemanha, Holanda, Dinamarca têm déficits sob controle e desemprego baixo.

Houve muita especulação imobiliária nas lindas praias de Portugal à Grécia. A Irlanda quebrou para não deixar o sistema financeiro falir. Foi uma opção política. Os bancos seriam desnacionalizados. 

Para salvar os bancos, o governo irlandês aumentou o déficit para 32%. Mesmo assim, 60,3% aprovaram  em referendo na semana passada o novo pacto fiscal europeu. Na Irlanda, a Constituição exige referendo popular para todos os tratados e acordos da União Europeia.

A crise bancária europeia é agravada porque os bancos detêm os títulos públicos dos países agora em dificuldades. O contágio da Grécia para a Itália e a Espanha já aconteceu. É certo que a crise não para na Grécia. Um calote afetaria todo o sistema bancário europeu, com reflexos sobre a crise do endividamento de Portugal, Irlanda, Itália e Espanha.

Há o risco de um novo colapso do crédito, como aconteceu logo depois da falência do banco Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008, talvez pior, especialmente porque os países já estão endividados, já queimaram os cartuchos que tinham em 2008-9. Têm menos margem de manobra para adotar programas de estímulos.

Para não dar um tiro no pé, a Alemanha precisa aceitar soluções pan-europeias como um sistema de seguro de depósitos bancários para evitar corridas aos bancos. Talvez aceite finalmente os famosos eurobônus, nem que seja só para financiar o Banco Europeu de Investimentos com o objetivo de fazer investimentos para o crescimento futuro e não para pagar dívidas do passado.


Em troca, deve exigir maior transferência de poderes dos estados nacionais para as instituições europeias, noticia hoje o jornal The Wall St. Journal.

Assim, seria possível lançar um plano de desenvolvimento comunitário para construir, por exemplo, a infraestrutura para o desenvolvimento econômico do século 21 e desta maneira aliviar o sofrimento dos 25  milhões de desempregados na UE.

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