O Tribunal Penal Internacional para Ruanda condenou ontem o ex-oficial do Exército Ildephonse Nizeyimana, de 48 anos, à prisão perpétua pelo assassinato da rainha tútsi, Rosalie Gicanda, entre outros crimes cometidos em 1994, quando pelo menos 800 mil pessoas foram mortas naquele país do centro da África, no último genocídio do século 20. Ele foi absolvido de denúncias de estupro.
Nizeyimana era chefe de inteligência e de operações militares de uma academia militar de elite da maioria hutu. Diante do avanço das forças da Frente Patriótica de Ruanda depois da morte do presidente Juvenal Habyarimana, em 6 de abril de 1994, o Exército hutu em retirada e a milícia aliada Interahamwe iniciaram a tentativa de exterminar o povo considerado inimigo e mesmo hutus moderados contrário ao genocídio.
Em 1999, um relatório da organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos) afirmou que a rainha tútsi foi presa em sua casa na cidade de Butare, no Sudeste de Ruanda, e executada sumariamente atrás do Museu Nacional. A rainha Rosalie Gicanda era viúva desde 1959, quando o rei Mutara III morreu, pouco depois do país se tornar uma república.
Desde sua criação, o Tribunal Penal Internacional para Ruanda condenou 54 e absolveu oito acusados pelo genocídio. Deve encerrar suas atividades no fim de 2012, informa a TV pública britânica BBC.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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