Apesar de sofrer de um câncer que o obriga a fazer tratamentos frequentes em Cuba, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de 58 anos, lançou ontem sua candidatura a mais uma reeleição e ainda não apontou um sucessor. Se for reeleito e concluir o mandato, Chávez vai ficar 20 anos no poder.
Para marcar a diferença, o candidato da oposição, Enrique Capriles, de 39 anos, liderou no domingo uma passeata de 10 quilômetros. A eleição está marcada para 7 de outubro. O presidente lidera as pesquisas.
No governo, há dois nomes citados com frequência como possíveis sucessores do caudilho bolivarista: o vice-presidente Elías Jaua, a quem Chávez não transfere o poder quando sai do país, e o ministro do Exterior, Nicolás Maduro, um ex-sindicalista. Ambos são totalmente identificados ideologicamente com o presidente.
Outro nome de peso é Diosdado Cabello, um dos oficiais que participou da fracassada tentativa de golpe liderada por Chávez. Presidente da Assembleia Nacional e vice-líder do Partido Socialista Unido da Venezuela, Cabello tem bom trânsito entre os militares e nos meios empresariais.
Por fim, um terceiro núcleo de poder identificado pelo jornal The New York Times é a própria família Chávez. Seu irmão mais velho, Adán, governa o estado de Barinas, mas nem de longe tem o carisma do irmão. Seus discursos são longos, chatos e monótonos.
Com seu caudilhismo, Chávez ocupa todos os espaços políticos e todos os holofotes. Ele faz e desfaz as leis do país, docilmente aprovadas por uma Assembleia Nacional subserviente. Tem conta no Twitter. Quando quer, fala horas e horas em cadeias de rádio e televisão. Sua face é onipresente em posters e cartazes de rua.
Quem vai dizer a um chefe autoritário, arrogante e prepotente que se considera um semideus que está na hora de apontar um sucessor?
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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